28 de julho de 2011

O inconsciente se manifesta na matéria

Ao longo de minha jornada nesta vida, sempre me deparei com sincronias inexplicáveis.  Quando isso começou a acontecer, nunca havia lido nada de C.G Jung e suas descobertas sobre o fenômeno da sincronicidade... Muito menos sobre as geniais descobertas de Rupert Sheldrake e os "Campos Mórficos".
Mas fico pensando se esses fenômenos de ligações de afinidade entre seres da mesma espécie se propagam além da vida, na vida além.

Eu hesitei muito em escrever sobre as experiências reais que tive relacionadas a essas sincronias porque eu teria que expor outra pessoa com a qual tive (tenho) uma ligação invisível, e como vou preservar sua identidade, não citarei seu nome, mas contarei um pouco dessa ligação, até porque, uma discípula de Jung disse que quando você divide seus segredos e temores com o mundo, aquela experiência que antes o atormentava, enlouquecendo e tirando a paz, deixa de ser uma carga só sua, e passa a ser problema e (quem sabe?) equação da humanidade inteira. Se está fora de mim, explicada e compartilhada, deixa de ser uma história velada e passa a ser objeto de estudo e patrimônio da humanidade. Acredito que conhecendo o inconsciente, teremos acesso a um Livro bem precioso para a Terra:  A Memória Cósmica.

Não sei o que se sucederá após isso. Mas sinto uma necessidade de ao menos começar a por pra fora e  sinto que essa é a hora para isso.

Os Barqueiros de Avalon

Certa noite, nos meus 20 anos,  tive um sonho muito misterioso.
Sonhei que eu era uma habitante de uma Ilha e saía de lá conduzida por um barqueiro (ele estava nu,  tinha pinturas tribais no corpo e era careca. Seu corpo era pintado de azul com umas marcas brancas  por cima) atravessando o nevoeiro para o Continente (uma cidade grande, uma capital que não sei dizer qual é). Ele me deixava na margem e eu entrava em uma espécie de casa noturna, onde só havia jovens com roupas escuras e postura de rock. Uma voz me dizia que era a minha Missão entrar naquele Underground e levar os ensinamentos da Ilha de onde vim.

Detalhe: Eu nunca havia lido "As Brumas de Avalon", somente depois fui conhecer o livro e saber que Morgana e as outras mulheres da Ilha eram conduzidas por barqueiros nus numa espécie de gôndola antiga.


***

Sempre tive esse animismo com a literatura e a arte em geral, de sentir algo profundamente e projetar isso em forma de imagem, palavras ou acontecimentos póstumos ou simultâneos na vida de alguém ou na obra de algum artista. Essa capacidade paranormal que tenho, essa ligação com certas pessoas ou artistas que algumas vezes me assustou ou por vezes me encanta, é algo natural em mim, o que já não me perturba mais como fazia quando eu era mais jovem e não tinha para quem contar sem ser tida como louca.

***

Silêncio não, som!



"é sonho-segredo Não é segredo Araçá Azul fica sendo O nome mais belo do medo Com fé em Deus


Eu não vou morrer tão cedo "


Num dia de sábado, no ano de 2009, estava a ouvir a canção "De Conversa / Cravo e Canela" do álbum Araçá Azul de Caetano Veloso, em meu quarto, sozinha. Esse disco de Caetano já me causou estranhas sensações, desde que o ouvi pela primeira vez e confesso que já me deu um medo tão misterioso que pegou até no meu músculo cardíaco. Não sei que mandinga o Caetano botou naquele disco, sinceramente, mas que ele mexeu com minha alma, isso mexeu. Bom, continuando meu relato, naquele momento resolvi acender um incenso de canela e aquele aroma, no mesmo instante me despertou um desejo sexual incontrolável. Peguei um livro chamado "Mujeres que Corren con Lobos" pra ver se me distraia...Imediatamente veio uma voz e me disse: se você abrir o seu MSN agora vai ter uma surpresa. Entrei, mas fiquei em off line e dito e feito: eu tive não uma, mas duas surpresas:  dei de cara com o nick name de uma amiga que naquele dia estava simplesmente como "La Loba". Coração bateu mais rápido quando li. Mas então, prossegui observando e tem mais nessa história... Fui navegar um pouco, não chamei a tal pessoa pra conversar e não disse nada a respeito da sincronia também... Procurei as letras do disco Araçá Azul e comecei a ler a letra de "De Palavra em Palavra" em silêncio e terminei em voz alta:

som


mar


amarelanil


maré


anilina


amaranilanilinalinarama


som

mar


silêncio


não


som


Quando li essas três últimas palavras , senti-as  no meu corpo inteiro, porque percebi-me vivendo aquele momento, que era exatamente aquilo: uma ordem: Silêncio não, Som!

NESTE MOMENTO AS PALAVRAS MÁGICAS VIERAM DO CORAÇÃO E... O SILÊNCIO FOI QUEBRADO. JÁ ESTAVA ESTABELECIDA A LIGAÇÃO TELEPÁTICA.


Imediatamente do lado do nick de "La Loba" apareceu um indicativo de que minha amiga começara a ouvir uma música com Harry Connick Jr. chamada Danny Boy.  Ah! Eu fiquei surpresa com a telepatia imediata, até porque, essa pessoa (La Loba) de quem falo nunca tinha ligado música no msn e acionado o botão "O que estou ouvindo", ao longo dos anos em que tivemos contato virtual. Eu continuando em silêncio, vi o indicativo da música mudar para a seguinte ... E sabe qual ela ouviu em seguida? Uma do álbum 'Fina Estampa' do CAETANO VELOSO chamada Maria Bonita:



Acuérdate de Acapulco,


de aquellas noches,

María bonita, María del alma.

Acuérdate que en la playa

con tus manitas las estrellitas

las enjuagabas.



Tu cuerpo del mar juguete, nave al garete,

venían las olas, lo columpiaban,

y mientras yo te miraba,

lo digo con sentimiento,

mi pensamiento te traicionaba.



Te dije muchas palabras de esas bonitas

con que se arrullan los corazones,

pidiendo que mi quisieras,

que convirtieras en realidades mis ilusiones.

La luna que nos miraba

ya hacía un ratito

se hizo un poquito desentendida,

y cuando la vi escondida

me arrodillé a besarte

y así entregarte toda mi vida.



Amores habrás tenido, muchos amores,

María Bonita, María del alma,

pero ninguno tan bueno ni tan honrado

como el que hiciste que en mí brotara.



Lo traigo lleno de flores

como una ofrenda

para dejarlo bajo tus plantas.

Recíbelo emocionada

y júrame que no mientes

porque te sientes idolatrada.



* Em seguida desconectou.



Considerações finais do Post

Tenho outras mais dessas "coincidências inexplicáveis" que não servem pra nada (ou se servem, não têm uma explicação mais plausível do que a de se tratar de puro animismo mesmo) a não ser pra nos dizer que mesmo que neguemos sempre, há evidências de que temos sim, uma ligação com as pessoas que nós amamos. Mesmo que elas estejam vivendo outra vida, longe de nós.

Eu até iria falar mais a respeito disso, mas misteriosamente, depois que contei, me sinto estranhamente desenergizada. Incapaz de continuar, vou andar de bicicleta no sol ou procurar a companhia de alguém pra abstrair essa indefinição (?) que agora tomou conta de mim...


Como sempre... Mistééério.


(Nayre)












Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Baseado no trabalho em esoterologia.blogspot.com.br.

27 de julho de 2011

O Brasil visto de fora

Passamos um pedaço da semana ocupados com um assunto menos importante do que parece. Foi suscitado pelo correspondente do jornal espanhol El País, em artigo em que discorria sobre sua dificuldade de entender por que os brasileiros não ficam “indignados” com o Brasil. Em especial, por que não saem às ruas para protestar contra a falta de ética e a corrupção.


O texto foi republicado por O Globo, três semanas depois de ter saído na Espanha. Parece que a direção do jornal carioca ficou indignada com a falta de repercussão do texto original. Resolveu traduzi-lo e mandou fazer reportagem de capa a respeito do tema.

O autor, Juan Arias, deve ter ficado satisfeito com a deferência de seus colegas. Voltou à discussão na terça-feira, dessa feita em matéria intitulada “A imprensa se converte no paladino contra a corrupção no Brasil”. Título tão surpreendente para quem conhece as corporações da mídia brasileira que só pode ser explicado como retribuição ao destaque que recebera.

Suas ideias foram encaixadas no modelo de interpretação de nossa realidade que é típico das redações dos grandes jornais. Nele, tudo é explicado a partir de uma premissa: os males do Brasil são culpa de Lula e do PT.

É fácil interpretar nossa realidade política e social sabendo, de antemão, a resposta a todas as perguntas. Qualquer coisa pode ser assim compreendida, incluindo a “apatia da sociedade” que não se indigna e não reage contra tudo de errado que existe.

Como afirmou o editorial de O Globo: “O fenômeno da inapetência política diante do assalto aos cofres abastecidos pelos pesados impostos pagos pelo contribuinte tem múltiplas raízes. A mais profunda deriva da bem-sucedida execução de um projeto de cooptação com dinheiro público… (através de organizações) convertidas em correias de transmissão do lulopetismo”.

O engraçado no raciocínio é que a “raiz profunda” da pequena disposição contestatória da população teria nascido outro dia. Se foi obra do “lulopetismo”, é de imaginar que, antes de que Lula chegasse ao poder, o problema inexistisse. Na visão singela do editorialista, talvez fossemos, até 2002, uma sociedade de ampla participação popular, onde o povo vigiava os políticos e só tínhamos a corrupção que passava despercebida. Foi quando veio Lula e estragou tudo.

Não parece que Juan Arias concordaria com uma tese tão superficial. Seu texto não atribuía ao “lulopetismo” a responsabilidade pela situação que o deixava perplexo. O que discutia eram os traços gerais de nosso sistema político, em nada circunscritos a um partido ou governante. A “indignação” que cobrava não seria do povo contra o governo federal, mas também o Congresso, a política nos estados e nos municípios.

O texto tratava Dilma de maneira peculiar. Para ele, “(…) curiosamente, a mais irritada com o ataque dos políticos aos cofres públicos parece ser a primeira presidente mulher”. Ou seja, apesar da lamentada ausência do “povo nas ruas”, ela seria “indignada” o suficiente para não aceitar a corrupção e estaria dando mostras disso no modo como enfrentou os casos Palocci e Alfredo Nascimento.

Nem se precisa dizer que essa avaliação esteve totalmente ausente nas repercussões do texto no Globo. Admiti-la implicaria abrir mão do modelo em que o “lulopetismo” é o grande culpado.

O assunto acabou fazendo um percurso curioso. Primeiro, um correspondente estrangeiro escreveu um artigo com o olhar característico de quem vê de fora nossos problemas. Daí, achando que era instrumental, um jornal local o importou, adaptando-o à sua visão. Foi buscar lá fora argumentos que referendavam suas ideias e lhes davam certo ar cosmopolita, mesmo algumas que o texto inicial não subscrevia. Terminou como se o El País condenasse o “lulopetismo”.

Não era isso, mas quem se importa? Em redações como a desse jornal, a única coisa relevante é combater.


Marcos Coimbra





Marcos Coimbra é sociólogo e Presidente do Instituto Vox Populi






22 de julho de 2011

o peixinho, a flor & a ROCHA GIGANTE




Morro crescido então... Se virei montanha. Posso.

Devo ser a pedra silenciosa do saber ouvir, e me calar.

A rocha gigante.

Brinquedo de homem escalante e/ou de bicho interessante querendo se alcançar. No topo a mais bela flor da consciência, a flor do firmamento, brilhando estrela cadente do céu à Terra, ligação do mais alto astral ao chão.

O telefone toca dentro da casa de dançar da alma. Uma chamada a cobrar interdimensional.

A música ecoando...

Quem será o deus do outro lado? Será meu Deus? Ou o adeus, deus do avesso?



Um voo pássaro zumbido

ligeiro bater das asas ágeis

me beija e me pólem



Fertilizada-mente-anti-seca irrigando pensamento. Adubando.

Mais uma criança acrescida nessa história, resgatando sua memória menina; da deusa mãe a lhe embalar soprando canto, a lhe dar o peito de mamar, alimentar de puro amor.



O beija-flor veio me dizer que o SIM voltou para ficar. Já era a Era do NÃO.



Tem novidade na área: A Nova Era.




*

*

*

Era uma vez um peixinho.

Um tanto metido e abusado.

Intencionava voar, pobrezinho, para alcançar a flor celeste no alto da rocha gigante.

Veja só que sandice. Copia só.

Mergulhava no ar se debatendo em nadadeiras.

Mas logo lhe faltava força d'água para respirar.

Sentia tanta dor que parecia que ia.

Depois do salto, o certo era tombo no mar.

Tristinho a observar sua natureza incapaz, amoeceu. Adoecido de desejo.

No canto mais escuro que encontrou ali ficou.

No mais sozinho... salinizando oceano.

Tempo passando e o peixinho lá chorando, nadando em lágrimas, tanto que o pacífico se encheu e transbordou, invadindo atlântico o continente americano, depois Europa, da Africa também pouco sobrou por terra.

O que havia de mais profundo oceânico, agora era terra emergida à luz do sol, e vice-versa.

A rocha gigante afundada no mar... O peixinho teve então sua chance.

E lá foi ele, livre e belo peixe, se criando no caminho, inventou o seu bater de asas... e voou.

Pensava em beijar a flor e assim o fez.



[Ale Kirchmayer]






 
 
 
 
 

21 de julho de 2011

Tateando no Escuro

"É necessário tatear nas trevas, eu sei. A linha do destino nunca se apresenta muito clara aos olhos - mas a vida é assim mesmo. E é bom que a pessoa tenha que procurá-la; no próprio ato da busca, algo cresce dentro dela." (Osho)

Respirando e Sendo...




Quanto vale um instante?

Quanto custa um momento?



Respirar simplesmente,

Ser,

Tudo isso que é tão nada,

Representa o âmago do seu existir.



Quanto custa tudo isso?

Praticamente nada,

Nem nos damos conta que isso acontece.



Tempo corre, horas, dias, anos,

Respirando e sendo...

Sendo e respirando...

Onde fica todo esse tempo?

Onde fica toda essa pressa?



Se respiro no presente,

Se sou agora,

Se só tenho esse instante,

Nada mais...



E se me der conta de cada instante,

Respirando e Sendo,

Alcanço mais,

Alcanço algo que sempre me escapava...




Alcanço a Paz


Alcanço o mundo inteiro,

Me faço Um com o mundo,

Que É

Que Respira,

Que só tem

o Agora.

E isso basta...

20 de julho de 2011

A natureza está muito além das conceitualizações estabelecidas

Luz & Sombra sempre existiram no interior do ser humano. Mas é exatamente por causa desse contrastante conflito interno que nós evoluímos. É nas lutas que o Espírito humano empreende na vida que a alma adquire profundidade. Trazendo a própria obscuridade ao nível da consciência, para que seja transmutada em luz, trazemos à claridade algo em nós que antes, ignorávamos. Geralmente temos necessidade de nos livrarmos constantemente de dogmas e erros que se incrustam nos nossos corpos, e que por serem tidos como verdades absolutas pela grande maioria das pessoas, as que têm preguiça de pensar, de vivenciar os próprios desafios, confunde-se muito o Bem Maior com definições arcaicas e engessadas do que seja considerado bom ou mau. É importante lembrar que o ponto luminoso da vida está sempre se deslocando, girando, se reagrupando, se reequilibrando, é o TAO. O universo gira e se movimenta ao mesmo tempo. E não é raro que nos encontremos constantemente formulando conceitos pré-estabelecendo tudo. Como se tivéssemos de definir a vida para o mundo... Entiquetar e engavetar... E esse método até certo ponto é válido, afinal, para nos comunicarmos com os outros, temos que nos organizar e nos fazer entender, não é mesmo?
E nessas horas as palavras bem ditas ( benditas )  podem ser um santo remédio. Então tentamos dizer ao outro - que é tão importante para nós - porque nós queremos ser compreendidos, ora. Saber que não estamos loucos ou sozinhos nessa coisa imensa que é a vida... Mas na mistura com o mundo, nessa mistura toda aí, nós herdamos signos estabelecidos culturalmente que não são, propriamente nossos, e muitas vezes ao invés de fazerem o papel da ''linguagem universal'', torna tudo padronizado.
Mas nós agora despertamos pra essa falha e resolvemos quebrar todas essas fôrmas de gesso: essa maneira superficial e rápida de ver o outro. 

Penso, nesse momento, na autonomia que tenho para avaliar  tudo o que passa por mim...

O que é amargo na vida, não deve ser sempre, necessariamente ruim, mas também pode ser sim, pura crueldade gratuita. O que é doce pode ser maravilhoso se for a hora de se florescer, mas também pode ser algo totalmente artificial e fora de hora. Há todo um processo para sentir além dos conceitos. Esse é o verdadeiro processo de iluminação consciente. E não esse aceitar da ignorância interna passivamente e afirmar: ''eu sou assim mesmo, tenho o bem e o mal dentro de mim e será sempre assim''... Permanecendo na posição cômoda, sendo capaz de passar a vida semi-consciente, sem nunca conseguir superar esse dualismo mental que geralmente tem raízes na vaidade, no egocentrismo, no egoísmo imediato, na busca inútil  e incessante da mente por nada que nunca termina, a não ser quando já não podemos fazer mais nada do que ter de tapar toda essa angústia gerada com "drogas de aluguel", seja em forma de banalização do sexo, do uso de potencializadores (álcool e afins) sem noção do sagrado, o lazer sem sentido (quem se  habitua a festa rotineira de final de semana,  a certa altura da vida nem se lembra mais porque está festando) . É um círculo vicioso que não acorda para atingir o centro de si, penetrando no cerne da compreensão. 

E há tanto para se aprender diariamente...

A vida nos empurra diariamente para o auto-conhecimento (algo tão amplo!) ,  o auto-questionamento: tipo, será que estou sendo razoável com o outro, ou considerando a sua bagagem de vida  e me preocupando com o que o outro pensa/sente ou só estou pensando em passar o recado do meu ego querido e recalcado?

Então, qual seria o propósito maior de estarmos aqui, senão é o de auto-aperfeiçoamento?
A vida é um grande laboratório... A Terra é uma grande mãe acolhedora.
Não disperdicemos nossas ricas viagens neste planeta com coisinhas insignificantes.

(nayre)










Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Baseado no trabalho em esoterologia.blogspot.com.br.

17 de julho de 2011

Imagens do Inconsciente



Acima uma belíssima ilustração de autoria de Carl Jung, o grande gênio da psicologia, em seu Red Book (Livro Vermelho). Para quem não conhece, o livro foi lançado no Brasil no ano passado. Este livro é considerado uma obra-prima. Pesando mais de 4 kg, ele é ricamente ilustrado e foi escrito em letra calígrafo. Na verdade trata-se de uma cópia exatamente igual (fac-simile) ao livro vermelho original feito pelo próprio Jung.

A imagem parece retratar o mito da Criação - a explosão do Ovo Cósmico, símbolo da Totalidade. Em diversas mitologias, relata-se que foi a explosão do Ovo Cósmico (Big bang) que tornou possível a manifestação da vida no universo. A árvore na imagem, símbolo da vida em perpétua evolução e ascenção, parece ser uma representação do eixo do mundo; ela tem suas raízes na terra, mas alcança o céu, onde há uma grande circunferência - símbolo do self.

Abaixo editei um trecho de um artigo da Revista Simples sobre o Jung e as imagens do inconsciente. O link para a matéria está no final deste post.

"...Jung dizia em sua teoria que o inconsciente envia símbolos à tona para que a mente consciente possa, aos poucos, ir compreendendo e integrando todo seu conteúdo submerso. Trata-se de uma atividade natural da psique. Assim a personalidade total do indivíduo se desenvolve e amadurece: integrando os símbolos do inconsciente. Com esse aumento de compreensão, automaticamente a consciência se amplia. Para Jung, o "ego" é apenas o centro da consciência, mas quem comanda mesmo a psique é o "self (si-mesmo)" - uma unidade psíquica maior e mais importante que o ego. O self é o ponto central da psique total do indivíduo. É o self que envia os símbolos à consciência para serem interpretados e revelados. Segundo Jung, esse inconsciente se exprime por meio de símbolos, que vêm à tona em sonhos, mitos e expressões artísticas.

Tudo para ampliar nossa consciência sobre si mesmo e nos fazer amadurecer psicologicamente. A este processo Jung chamou de Individuação.

Todos os seres humanos, de qualquer povo, diz ele, compartilham os mesmos símbolos, mas em cada cultura eles têm roupagens próprias. A essas "fôrmas" comuns e universais ele deu o nome de Arquétipos."

Leia o artigo (de autoria da Liane Alves) na íntegra: clic aqui

Glossário junguiano:


EGO - É a identidade pessoal, aquilo que chamamos de "eu". É o centro ordenador do nível consciente, mas representa uma pequena parte da psique, a ponta de um iceberg

PSIQUE - Conjunto dos níveis consciente e inconsciente do ser humano. Sinônimo de mente

SI-MESMO (SELF)- Centro ordenador da inconsciência e ponto central da psique toda

INDIVIDUAÇÃO - O processo de integração dos níveis consciente e inconsciente. Quando se completa, a psique torna-se una

MANDALA - Símbolo do si-mesmo e da totalidade. Está presente em várias culturas do mundo - os vitrais em forma de rosácea das catedrais góticas são exemplos de mandala

INCONSCIENTE INDIVIDUAL - O nível mais superficial do inconsciente. É pessoal e guarda desejos reprimidos

INCONSCIENTE COLETIVO - O nível mais profundo do inconsciente, onde estão os arquétipos. É comum a toda a humanidade

ARQUÉTIPOS - Conceitos primordiais, comuns a toda a humanidade, mas que recebem roupagens diferentes em cada cultura. O arquétipo da grande mãe, por exemplo, pode ser visto na imagem de Nossa Senhora e em diversas deusas da África, Ásia ou Oceania. Manifestam-se em sonhos e mitos e nas artes.

Replicado de Despertar