17 de julho de 2011

Imagens do Inconsciente



Acima uma belíssima ilustração de autoria de Carl Jung, o grande gênio da psicologia, em seu Red Book (Livro Vermelho). Para quem não conhece, o livro foi lançado no Brasil no ano passado. Este livro é considerado uma obra-prima. Pesando mais de 4 kg, ele é ricamente ilustrado e foi escrito em letra calígrafo. Na verdade trata-se de uma cópia exatamente igual (fac-simile) ao livro vermelho original feito pelo próprio Jung.

A imagem parece retratar o mito da Criação - a explosão do Ovo Cósmico, símbolo da Totalidade. Em diversas mitologias, relata-se que foi a explosão do Ovo Cósmico (Big bang) que tornou possível a manifestação da vida no universo. A árvore na imagem, símbolo da vida em perpétua evolução e ascenção, parece ser uma representação do eixo do mundo; ela tem suas raízes na terra, mas alcança o céu, onde há uma grande circunferência - símbolo do self.

Abaixo editei um trecho de um artigo da Revista Simples sobre o Jung e as imagens do inconsciente. O link para a matéria está no final deste post.

"...Jung dizia em sua teoria que o inconsciente envia símbolos à tona para que a mente consciente possa, aos poucos, ir compreendendo e integrando todo seu conteúdo submerso. Trata-se de uma atividade natural da psique. Assim a personalidade total do indivíduo se desenvolve e amadurece: integrando os símbolos do inconsciente. Com esse aumento de compreensão, automaticamente a consciência se amplia. Para Jung, o "ego" é apenas o centro da consciência, mas quem comanda mesmo a psique é o "self (si-mesmo)" - uma unidade psíquica maior e mais importante que o ego. O self é o ponto central da psique total do indivíduo. É o self que envia os símbolos à consciência para serem interpretados e revelados. Segundo Jung, esse inconsciente se exprime por meio de símbolos, que vêm à tona em sonhos, mitos e expressões artísticas.

Tudo para ampliar nossa consciência sobre si mesmo e nos fazer amadurecer psicologicamente. A este processo Jung chamou de Individuação.

Todos os seres humanos, de qualquer povo, diz ele, compartilham os mesmos símbolos, mas em cada cultura eles têm roupagens próprias. A essas "fôrmas" comuns e universais ele deu o nome de Arquétipos."

Leia o artigo (de autoria da Liane Alves) na íntegra: clic aqui

Glossário junguiano:


EGO - É a identidade pessoal, aquilo que chamamos de "eu". É o centro ordenador do nível consciente, mas representa uma pequena parte da psique, a ponta de um iceberg

PSIQUE - Conjunto dos níveis consciente e inconsciente do ser humano. Sinônimo de mente

SI-MESMO (SELF)- Centro ordenador da inconsciência e ponto central da psique toda

INDIVIDUAÇÃO - O processo de integração dos níveis consciente e inconsciente. Quando se completa, a psique torna-se una

MANDALA - Símbolo do si-mesmo e da totalidade. Está presente em várias culturas do mundo - os vitrais em forma de rosácea das catedrais góticas são exemplos de mandala

INCONSCIENTE INDIVIDUAL - O nível mais superficial do inconsciente. É pessoal e guarda desejos reprimidos

INCONSCIENTE COLETIVO - O nível mais profundo do inconsciente, onde estão os arquétipos. É comum a toda a humanidade

ARQUÉTIPOS - Conceitos primordiais, comuns a toda a humanidade, mas que recebem roupagens diferentes em cada cultura. O arquétipo da grande mãe, por exemplo, pode ser visto na imagem de Nossa Senhora e em diversas deusas da África, Ásia ou Oceania. Manifestam-se em sonhos e mitos e nas artes.

Replicado de Despertar

Um comentário:

  1. Anos atrás, uma preciosa amiga colocou-me em contato com estes conceitos enquanto dispendíamos agradáveis horas conversando sobre diversos temas, inclusive sonhos, etc. Deste ha um certo tempo atrás eu já houvera iniciado a minha prática espontânea de desenhar mandalas, de diversos tamanhos e eixos de simetria, ora sobre papel, ora em meio eletrônico. Agora, lendo o texto acima, ocorreu-me que o inconsciente, embora remeta tais símbolos para a mente consciente, não o faz de modo aleatório e sim, integrado com as experiências que o ego, em sua vivência consciente, suscita, embora sem perceber que o faz, objetivando a integração entre o que está sendo por ele vivido e aquilo que o inconsciente, simultaneamente vai constelando a partir de tais movimentos. Não haveria de ser de outra forma, uma vez que o conjunto, por definição de funcionalidade, é harmônico, variando esta harmonia, simplesmente em grau de acuidade, de pessoa para pessoa e, numa mesma pessoa, segundo o seu grau de individuação à uma determinada época de sua vida.

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