15 de maio de 2010

Ação do Pensamento


" Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção."
(Emmanuel)



  Obsessão e desobsessão: escravização e libertação do pensamento. Ensinamento extraordinário legado à Humanidade.
  Escravização que está sendo analisada neste texto demonstra:
  __ a que ponto de subjugação pode chegar o ser humano, em gradações que vão desde a obsessão sutil até a possessão e o vampirismo;
  __ o ser humano auto flagelando-se mentalmente, até atingir a auto-obsessão, que abre campo para sintonias inferiores;
  __ o ser humano assolado pelo remorso, pela descrença ou pelo egoísmo, enclausurando-se no pensamento viciado, cujo centro é ele próprio, num processo de auto-destruição que o levará, após a desencarnação, persistindo o circuito mental viciado, a transubstanciar-se numa espécie de 'ovóide'.
  Libertação __ meta principal de todos nós. Escopo final do homem, que aspira a ser livre para sempre. E nesse ideal de liberdade julga erroneamente que irá encontrá-la em aventuras arriscadas e dispendiosas, sondando o cosmos, lançando-se ao espaço, na ânsia de conquistar o infinito.
  Não descobriu até hoje que o infinito está muito perto. Que o infinito é ele mesmo:   o ser imortal e eterno, cujas potencialidades maravilhosas jazem adormecidas e inexploradas, formando um microuniverso quase totalmente desconhecido.
  Há um universo em cada um de nós, aguardando ser descoberto, e guardando riquezas cósmicas que um dia nos tornarão "deuses".
  Na obra  Libertação de André Luiz, encontramos estas afirmativas que pela sua importância merecem ser mencionadas:
  "(...) o espírito humano lida com a razão há, precisamente, quarenta mil anos..."
  "(...) Há milhões de almas humanas que se não afastaram, ainda, da Crosta Terrestre, há mais de dez mil anos.   Morrem no corpo denso e renascem nele, qual acontece às árvores que brotam sempre, profundamente arraigadas ao solo.  Recapitulam, individual e coletivamente, lições multimilenárias, sem atinar com os dons celestiais de que são herdeiras, afastadas deliberadamente do santuário de si mesmas, no terreno movediço da egolatria inconsequente, agitando-se, de quando em quando, em guerras arrasadoras que atingem os dois planos, no impulso mal dirigido de libertação, através de crises inomináveis de fúria e sofrimento."
  Milhares de anos em que utilizamos o nosso pensamento para o mal, para a destruição. Milênios de dor e sofrimento. Séculos de experiências dolorosas. Nossa colheita tem sido de pranto, para que nas fontes do sentimento dilacerado pudéssemos mudar o rumo do pensamento envolvido no mal, preso ao jugo dos instintos inferiores.
  Pensamentos viciados. Mente subjulgada à escravidão das paixões. Caminhos que escolhemos por vontade própria. Deixamos passar as oportunidades de modificar o nosso clima mental e nos comprometemos cada vez mais com a retaguarda de sombras, que hoje nos está cobrando pesado ônus.
  Profundamente habituados a orientar erroneamente a direção do nosso pensamento, eis que surge o Espiritismo, como bênção de acréscimo da Misericórdia Divina, para nos libertar. A doutrina espírita veio desvendar o processo de nossa libertação, e demonstrar que a liberdade tem que ser conquistada com o empenho de todas as nossas energias e com o selo de nossa responsabilidade.
  Liberdade e responsabilidade. Para merecermos a primeira temos que assumir a segunda.
  Dos tormentosos processos obsessivos, o homem só se libertará quando entender o quanto é responsável pelo próprio tormento e pelos que inflingiu aos que hoje lhe batem às portas do coração, roubando a paz que julgava merecer.
  Os Benfeitores Espirituais têm trazido ensinamentos renovados sobre a importância de nossa atitude mental. Julgamos, entretanto, que mesmo nós, os espíritas, ainda não conseguimos avaliar o que representa o pensamento em nossa romagem de Espíritos imortais, encarnados ou não. A verdade é que refletimos pouco a esse respeito. Não damos o devido valor à necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos. E nisso reside todo o segredo, se assim podemos dizer, da existência humana.
  Na qualidade do pensamento que emitimos, que cultivamos e que recebemos dos outros, aceitando-os ou não, está o 'mistério' da saúde ou da doença, da paz ou do desequilíbrio.
  É sabido que o pensamento é mensurável, que é uma força eletromagnética, conforme ensina Emmanuel. Mas, estando cientes disto tudo, ainda assim não damos a devida importância à ação do pensamento.
  Ao conquistar o raciocínio, o homem adquiriu a consciência, a faculdade de estabelecer padrões morais. Ao tornar-se espírita, o ser humano teve a sua consciência clarificada pelos ensinamentos da Terceira Revelação, o que a torna plenamente lúcida, capaz de discernir com profundidade, de enxergar além dos limites físicos, vislumbrando o seu passado e antevendo o seu futuro. Jamais teve o homem tal clareza de raciocínio. Jamais a sua consciência se apresentou tão viva e atuante.  Mesmo não tendo cultura vasta, mesmo não sendo letrado, porque o discernimento independe de cursos.  A consciência do espírita acorda no homem a responsabilidade.
  Diante disto tudo, é muito importante direcionar o nosso pensamento. Não podemos permanecer indiferentes ante essa força que existe em nós, que expressa a nossa própria  essência.
   Somos responsáveis pela qualidade dos nossos pensamentos.  Não nos basta frenar atitudes menos dignas e permitir que nas asas do pensamento elas se realizem.  Não nos é suficiente disciplinar o nosso comportamento e trazer no íntimo o pensamento conturbado, ansiando pelas realizações que a consciência censurou.
   Cabe-nos disciplinar as emoções e os pensamentos que defluem delas. Mas essa disciplina deve ser fruto da compreensão.  Da certeza do que é realmente melhor. É preciso querer gostar de atuar no bem e consequentemente de pensar no bem e pensar bem.
   Essa é uma laboriosa conquista. É filha da reflexão, do amadurecimento interior. É filha da necessidade que todos temos de ser bons.  E ser bom é ter amor. O amor é a necessidade primeira do ser humano, é o seu alimento, o ar que respira, a vida que estua dentro dele.  Por isto é que sofremos tanto quando nos afastamos do amor. Estamos assim negando nós a nós mesmos e o propósito para o qual fomos feitos.
  
  O nosso pensamento estagiou por milênios em faixas primitivas. Aos poucos, fomos vagarosamente imprimindo-lhe nova direção. Os sucessivos aprendizados enriqueceram a nossa mente com experiências diversas e a nossa emissão mental se aprimorou.  Mesmo assim, demoramos a entender que o controle de nosso pensamento é de nossa exclusiva responsabilidade. E essa nova compreensão é decisiva em nosso destino.
  De acordo com o que pensamos serão as nossas companhias espirituiais e, parodiando a sentença popular, diremos: " Dize-me o que pensas e te direi com quem andas..."
  Pelo pensamento desceremos aos abismos ou chegaremos às estrelas.  Pelo pensamento nós nos tornamos escravos ou nos libertamos.
  A obsessão é, pois, o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores.
  Desobsessão, ao invés, é a mudança de direção do pensamento para rumos nobres e construtivos. É a mudança do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada.
  Essa mudança é uma questão de escolha. De seleção.
  E só se chega a tal estado, a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a Vontade.
  
  Profilaxia e Terapeutica Espíritas (Suely Schubert)

13 de maio de 2010

Ressonância Mórfica

Neste ensaio, dividido em três partes, o bioquímico Rupert Sheldrake expõe sua teoria dos campos e da ressonância mórfica. Investigando a “causa das formas”, Sheldrake propõe a existência de campos orientadores do modo de ser e evoluir de todas as coisas, dos corpos dos seres vivos aos hábitos comportamentais. Reinterpretando a concepção de inconsciente coletivo, o autor fala sobre a natureza da mente, os limites da consciência e o poder do pensamento. Na terceira parte do ensaio, discute-se a existência do “olho-do-mal”.

I. Memória, arquétipos e inconsciente coletivo

II. Campos Mórficos: sociedade, espírito e ritual

III. Extensão da mente, energia e consciência