Ao longo de minha jornada nesta vida, sempre me deparei com sincronias inexplicáveis. Quando isso começou a acontecer, nunca havia lido nada de C.G Jung e suas descobertas sobre o fenômeno da sincronicidade... Muito menos sobre as geniais descobertas de Rupert Sheldrake e os "Campos Mórficos".
Mas fico pensando se esses fenômenos de ligações de afinidade entre seres da mesma espécie se propagam além da vida, na vida além.
Eu hesitei muito em escrever sobre as experiências reais que tive relacionadas a essas sincronias porque eu teria que expor outra pessoa com a qual tive (tenho) uma ligação invisível, e como vou preservar sua identidade, não citarei seu nome, mas contarei um pouco dessa ligação, até porque, uma discípula de Jung disse que quando você divide seus segredos e temores com o mundo, aquela experiência que antes o atormentava, enlouquecendo e tirando a paz, deixa de ser uma carga só sua, e passa a ser problema e (quem sabe?) equação da humanidade inteira. Se está fora de mim, explicada e compartilhada, deixa de ser uma história velada e passa a ser objeto de estudo e patrimônio da humanidade. Acredito que conhecendo o inconsciente, teremos acesso a um Livro bem precioso para a Terra: A Memória Cósmica.
Não sei o que se sucederá após isso. Mas sinto uma necessidade de ao menos começar a por pra fora e sinto que essa é a hora para isso.
Os Barqueiros de Avalon
Certa noite, nos meus 20 anos, tive um sonho muito misterioso.
Sonhei que eu era uma habitante de uma Ilha e saía de lá conduzida por um barqueiro (ele estava nu, tinha pinturas tribais no corpo e era careca. Seu corpo era pintado de azul com umas marcas brancas por cima) atravessando o nevoeiro para o Continente (uma cidade grande, uma capital que não sei dizer qual é). Ele me deixava na margem e eu entrava em uma espécie de casa noturna, onde só havia jovens com roupas escuras e postura de rock. Uma voz me dizia que era a minha Missão entrar naquele Underground e levar os ensinamentos da Ilha de onde vim.
Detalhe: Eu nunca havia lido "As Brumas de Avalon", somente depois fui conhecer o livro e saber que Morgana e as outras mulheres da Ilha eram conduzidas por barqueiros nus numa espécie de gôndola antiga.
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Sempre tive esse animismo com a literatura e a arte em geral, de sentir algo profundamente e projetar isso em forma de imagem, palavras ou acontecimentos póstumos ou simultâneos na vida de alguém ou na obra de algum artista. Essa capacidade paranormal que tenho, essa ligação com certas pessoas ou artistas que algumas vezes me assustou ou por vezes me encanta, é algo natural em mim, o que já não me perturba mais como fazia quando eu era mais jovem e não tinha para quem contar sem ser tida como louca.
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Silêncio não, som!
"é sonho-segredo Não é segredo Araçá Azul fica sendo O nome mais belo do medo Com fé em Deus
Eu não vou morrer tão cedo "
Num dia de sábado, no ano de 2009, estava a ouvir a canção "De Conversa / Cravo e Canela" do álbum Araçá Azul de Caetano Veloso, em meu quarto, sozinha. Esse disco de Caetano já me causou estranhas sensações, desde que o ouvi pela primeira vez e confesso que já me deu um medo tão misterioso que pegou até no meu músculo cardíaco. Não sei que mandinga o Caetano botou naquele disco, sinceramente, mas que ele mexeu com minha alma, isso mexeu. Bom, continuando meu relato, naquele momento resolvi acender um incenso de canela e aquele aroma, no mesmo instante me despertou um desejo sexual incontrolável. Peguei um livro chamado "Mujeres que Corren con Lobos" pra ver se me distraia...Imediatamente veio uma voz e me disse: se você abrir o seu MSN agora vai ter uma surpresa. Entrei, mas fiquei em off line e dito e feito: eu tive não uma, mas duas surpresas: dei de cara com o nick name de uma amiga que naquele dia estava simplesmente como "La Loba". Coração bateu mais rápido quando li. Mas então, prossegui observando e tem mais nessa história... Fui navegar um pouco, não chamei a tal pessoa pra conversar e não disse nada a respeito da sincronia também... Procurei as letras do disco Araçá Azul e comecei a ler a letra de "De Palavra em Palavra" em silêncio e terminei em voz alta:
som
mar
amarelanil
maré
anilina
amaranilanilinalinarama
som
mar
silêncio
não
som
Quando li essas três últimas palavras , senti-as no meu corpo inteiro, porque percebi-me vivendo aquele momento, que era exatamente aquilo: uma ordem: Silêncio não, Som!
NESTE MOMENTO AS PALAVRAS MÁGICAS VIERAM DO CORAÇÃO E... O SILÊNCIO FOI QUEBRADO. JÁ ESTAVA ESTABELECIDA A LIGAÇÃO TELEPÁTICA.
Imediatamente do lado do nick de "La Loba" apareceu um indicativo de que minha amiga começara a ouvir uma música com Harry Connick Jr. chamada Danny Boy. Ah! Eu fiquei surpresa com a telepatia imediata, até porque, essa pessoa (La Loba) de quem falo nunca tinha ligado música no msn e acionado o botão "O que estou ouvindo", ao longo dos anos em que tivemos contato virtual. Eu continuando em silêncio, vi o indicativo da música mudar para a seguinte ... E sabe qual ela ouviu em seguida? Uma do álbum 'Fina Estampa' do CAETANO VELOSO chamada Maria Bonita:
Acuérdate de Acapulco,
de aquellas noches,
María bonita, María del alma.
Acuérdate que en la playa
con tus manitas las estrellitas
las enjuagabas.
Tu cuerpo del mar juguete, nave al garete,
venían las olas, lo columpiaban,
y mientras yo te miraba,
lo digo con sentimiento,
mi pensamiento te traicionaba.
Te dije muchas palabras de esas bonitas
con que se arrullan los corazones,
pidiendo que mi quisieras,
que convirtieras en realidades mis ilusiones.
La luna que nos miraba
ya hacía un ratito
se hizo un poquito desentendida,
y cuando la vi escondida
me arrodillé a besarte
y así entregarte toda mi vida.
Amores habrás tenido, muchos amores,
María Bonita, María del alma,
pero ninguno tan bueno ni tan honrado
como el que hiciste que en mí brotara.
Lo traigo lleno de flores
como una ofrenda
para dejarlo bajo tus plantas.
Recíbelo emocionada
y júrame que no mientes
porque te sientes idolatrada.
* Em seguida desconectou.
Considerações finais do Post
Tenho outras mais dessas "coincidências inexplicáveis" que não servem pra nada (ou se servem, não têm uma explicação mais plausível do que a de se tratar de puro animismo mesmo) a não ser pra nos dizer que mesmo que neguemos sempre, há evidências de que temos sim, uma ligação com as pessoas que nós amamos. Mesmo que elas estejam vivendo outra vida, longe de nós.
Eu até iria falar mais a respeito disso, mas misteriosamente, depois que contei, me sinto estranhamente desenergizada. Incapaz de continuar, vou andar de bicicleta no sol ou procurar a companhia de alguém pra abstrair essa indefinição (?) que agora tomou conta de mim...
Como sempre... Mistééério.
(Nayre)
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