10 de março de 2011

O sadismo e o masoquismo dos nossos tempos

        

Agora quero falar um pouco sobre um assunto frequentemente maquiado no nosso dia-a-dia e vendido - superficial e inconscientemente como uma força necessária para se manter o "equillíbrio" da satisfação entre casais modernos. O sadomasoquismo (psicológico ou físico) que se faz muito presente entre a nova geração de adultos e já começa a ser um dos quesitos básicos para quem quer ser "descolado" (pseudo-sábio) no que se refere aos requintes de prazer na hora do sexo. 

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Doença, tendência natural ou falta de equilíbrio pessoal? 

A vida, para ser valorizada, precisa ser vasculhada em toda a sua extensão, por isso decidi observar, mergulhando na psicopatologia, pelas portas das trevas adentro, sem me envolver  diretamente,  para poder entender e apreciar melhor as alturas Etéreas.

Bem, para começar, vamos lembrar quem foi o homem  precursor desta prática um tanto antiga: o parisiense Donatien Alphonse François de Sade, o marquês de Sade (* 1740 /  + 1814)  foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros.

O criador desse tipo de fetiche era um aristocrata.  Sim, porque muito provavelmente uma  pessoa que sinta a necessidade de ser agredida ou agredir outra e ainda sentir prazer (alívio fisico) o faz pelo simples fato de sua vida ser branda demais... Tudo certinho, educação rígida em casa, falta de situações de risco, pois não lhes falta nada  e sobra O Quê? TÉDIO... Muito tédio.

Já notaram que pessoas mais despojadas como monges, eremitas urbanos e gente mais simples não se interessam por esse tipo de loucura, não vão atrás de situações perigosas porque a vida delas já é um martírio? Passam por provações diárias e o que elas mais querem é viver em paz, amar em paz. 
Há uma busca constante pela luz, não pelo perigo.

A pessoa endinheirada, aquela que não precisa se preocupar com o aspecto material, pois está cercada pela riqueza, passa longas fases à procura de loucura, tempestades mentais, paixões avassaladoras e trovoadas ressonantes... Ela precisa disso! Claro. São elementos em falta no seu sangue, precisa escoar essa energia, toda essa adrenalina e hormônios, pois tem uma vida muito cerceada, se aborrece facilmente, carece de aventura. Li num livro de Moacyr Scliar que pessoas cujo genitor se comportou com elas de maneira autoritária e rígida, têm tendência a sentir prazer (quase que sexual mesmo) em maltratar o amante ou parceiro. Assimilaram e reproduziram o comportamento do pai como compensação e auto-afirmação.

Já o asceta, aquele que se priva de prazeres mais vulgares, não busca cegamente o que é psicologicamente desequilibrante, pois sente necessidade de um outro tipo de prazer, é um outro nível de percepção. Ele só deseja paz de espírito, pois sabe que a única forma de sentir o profundo gosto das coisas é estando limpo.  

Hoje entendo aquela frase: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino dos céus". É a velha constatação de que a matéria nos torna insaciáveis... A matéria e tudo o que se busca fora de si mesmo, nunca irá saciar ninguém. Por isso concordo com Osho quando ele diz: "Sê inteiro para amar, não existe a outra parte da laranja..." Não busquemos o equilíbrio fora, passando a responsabilidade da nossa felicidade para outra pessoa, mas sejamos inteiros para encontrar  antes de tudo o equilíbrio dentro de si. Como disse Jesus: "largue o pai, a mãe, os bens e me siga", ou seja, siga a luz crística que habita em você e não as coisas mundanas... Mas poucas pessoas sabem o que é isso, enfim... Cada um tem o seu ópium e seu grau º de consciência.

Fico pensando na minha vida... Aparentemente sóbria, simples e básica... Mas dentro de mim uma infinidade de nuances cintila diariamente. Eu não busco o sexo... Por incrível que pareça, quanto mais fujo dele, mais ele me persegue... Mas por enquanto eu só quero morrer por 1/2 hora de um orgasmo mental no chakra coronário, afinal, eu já estou de cara mesmo... 

Porque algumas pessoas são afortunadas e outras não? Resposta - Ter dinheiro nem sempre é sinal de prosperidade. Parto do princípio de que devemos buscar primeiro as coisas do espírito e todo o restante (em prazer) nos será turbinadamente acrescentado, mas quantos estão acordados para essa realidade? Quantos estão preparados para pagar o preço de ser feliz ? Recebemos exatamente aquilo que buscamos. Mas será que você tem procurado no lugar certo?


 Nayre

"Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível." (Mahatma Gandhi)

 Link: 
Quando a roleta russa do sexo dá morte




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