COVID-19: Uma breve análise sobre os padrões de pensamento, a história das epidemias e o futuro da humanidade
“A Hipótese de Gaia, de James Lovelock, também denominada hipótese biogeoquímica, é uma hipótese da ecologia profunda que propõe que a biosfera e os componentes físicos da Terra (atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera) são intimamente integrados de modo a formar um complexo sistema interagente que mantém as condições climáticas e biogeoquímicas preferivelmente em homeostase.”
“A homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo.”
Alguns questionamentos:
- Seria o vírus COVID-19 parte de um processo homeostático, um anticorpo de Gaia?
- Será que o planeta como um todo está com febre? Doente?
- Precisa ser medicado?
- Quem são os parasitas?
- Como medicar?
- O que consome o planeta?
- Quem vai pensar por esse corpo?
- Se for um sistema homeostásico de Gaia, haverá outros vírus após a cura do COVID-19 ser alcançada?
Seguindo o conceito de Noosfera criado por Teilhard de Chardin e Vladimir Vernadsky, por sermos a única espécie a ter consciência auto reflexiva, nós, seres humanos, somos a rede neural no planeta, nossos padrões de pensamento moldam o mundo.
A Noosfera pode ser vista como a “esfera do pensamento humano”, sendo uma definição derivada da palavra grega νους (nous, “mente”) em um sentido semelhante à atmosfera e biosfera.
Noosfericamente, o que estamos criando?
Desde a revolução industrial, temos mudado radicalmente a vida no planeta Terra. Nos últimos 60 anos aumentamos a população humana de 2,5 bilhões para 7,2 bilhões. Além disso, o estilo de vida mudou radicalmente.
Nos anos 50, o estilo de vida era basicamente agrícola e em pequenas cidades. Nos dias atuais, o estilo de vida é industrial e tecnológico, e extremamente nocivo à biosfera.
Estima-se que 84% da população mundial vive em áreas urbanas. No Brasil, 57% da população (114 milhões de pessoas) vive em apenas 6% (vinte e duas) das cidades dos país.
Analisando as principais epidemias que assolaram a humanidade ao longo da história, é possível perceber uma relação muito estreita com a forma de pensamento predominante da época e seus efeitos secundários.
Por exemplo, a peste bubônica, atingiu a Europa por volta do ano 1350 e matou cerca de um terço da população. Esse período era o clímax do período medieval que durou 10 séculos, o período mais obscuro da história, conhecido como a idade das trevas. Nesse período o pensamento humano era aterrorizante. A santa inquisição teve seu inicio e durou 588 anos.
Em 1452 o Papa Nicolau V emitiu um edital conhecido como “a doutrina do descobrimento”. Esse documento estabelece que, se qualquer cristão descobre uma terra ou um território habitado por um não-cristão, ele tem o direito de expulsá-los naturalmente e tomar posse da sua terra.
A partir do ano 1492, predominava o pensamento da conquista. Houve invasões e conquistas por todo o mundo. Esse padrão de pensamento gerou o genocídio mais horroroso da história e a cultura de escravidão dos povos aborígenes. Nesse período, espalharam-se doenças que mataram tantas pessoas a ponto de possivelmente alterar o clima mundial.
Um estudo feito por cientistas da University College of London, no Reino Unido, descobriu que a expansão europeia viu a população da região cair de 60 milhões de pessoas (cerca de 10% da população mundial na época) para apenas 5 ou 6 milhões, em cem anos. O maior assassino foi a varíola. Outras doenças mortais incluíam sarampo, gripe, peste bubônica, malária, difteria, tifo e cólera.
Uma grande epidemia chegou ao norte da China em 1641, trazendo uma terrível quantidade de mortes. Em algumas áreas, de 20% a 40% da população morreu. O epicentro da crise foi a cidade de Pequim, que está a 1151 km da cidade origem do COVID-19, Wuhan.
Passaram-se 378 anos (7×52 + 14 (2×7)) desde que essa epidemia afundou a dinastia Ming e agora coloca em colapso a civilização global.
Na época, não só a praga atingiu a região como também uma longa seca e enxames de gafanhotos. Sem plantações nos campos, as pessoas não tinham comida, e há relatos de que algumas teriam começado a comer os corpos das vítimas do surto.
Considerando esses dados históricos e as teorias de Gaia e da Noosfera, e entendendo que tudo o que experimentamos é um reflexo secundário da forma como pensamos, acredito que não poderemos superar as crises sem analisar a cultura predominante como um todo.
Analisar o fato isoladamente é seguir às cegas em universo de possibilidades. Acredito que enquanto um estilo de vida imerso no inconsciente prevalecer, maior será o desastre, ou sempre haverá desastres.
A humanidade precisa se tornar consciente de que está no presente moldando o futuro. Estamos moldando o futuro através dos interesses que atualmente se reduzem ao futebol, a politica e a economia, e claro, ao ego humano, estética, marketing e materialismo.
A consciência é uma propriedade da natureza, é um lugar onde a inteligência e a genialidade coabitam. Isso significa viver de forma pacifica, cósmica, natural, orgânica, evolutiva, um reflexo da vida em sua verdadeira natureza.
Essa realidade está cada vez mais distante, e não é por acaso que as famílias estão empilhadas em prédios por todo o mundo.
A Lei do Tempo, descoberta em 1989 pelo dr. José Argüelles propõe o retorno ao tempo natural e aos ciclos naturais como fator de harmonização planetária.
Sem retornar ao tempo natural, jamais saberemos o que significa viver o verdadeiro potencial da natureza e do cosmos. Estamos imersos em um sistema mecânico que torna suas máquinas cada vez mais velozes para chegar simplesmente onde? Ao colapso?
Precisamos ter pressa? Estamos disputando algo? Você vai escapar do infinito?
Não existe disputa e ninguém escapa do infinito. Ao contrário da pressa, devemos chegar somente no momento presente, e nos tornarmos conscientes de que sim, o planeta é um corpo vivo, está com febre, nós estamos intoxicando suas células e destruindo a sua vida.
Consigo acordar?
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