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26 de junho de 2018

Sem educação, os homens ‘vão matar-se uns aos outros’


O neurocientista António Damásio advertiu que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, porque “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.


O neurocientista português falou no lançamento do seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, onde ele defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência.

O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. […] É preciso suplantar uma biologia muito forte”, disse o neurocientista, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria. Para António Damásio, a forma de combater estes fenômenos “é educar maciçamente as pessoas para que aceitem os outros”.

Em ” A Estranha Ordem das Coisas”(editora: Temas e Debates), Damásio volta a falar da importância dos sentimentos, como a dor, o sofrimento ou o prazer antecipado.

Este livro é uma continuação de O Erro de Descartes, 22 anos mais tarde. Em ‘O Erro de Descartes’ havia uma série de direções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.

O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura. António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos.”

O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” – tem um papel único no aparecimento das culturas. “Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, acrescentou António Damásio.

Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura.”

No livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os microrganismos mais básicos se organizam para sobreviverem. Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família”.

Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham. “Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reações são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, “nada disto tem a ver com consciência”.

E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma coleção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.

Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções.”

O centro do livro está nos afetos. A inteira realidade dos sentimentos e a ciência dos sentimentos e do que está por baixo dos sentimentos. O sentimento é a personagem central. É também central uma coisa que me preocupa muito, o presente estado da cultura humana. Que é terrível. Temos o sentimento de que não está apenas a desmoronar-se, como está a desmoronar-se outra vez e de que devemos perder as esperanças visto que da última vez que tivemos tragédias globais nada aprendemos. O mínimo que podemos concluir é que fomos demasiado complacentes, e acreditamos, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, que haveria um caminho certo, uma tendência para o desenvolvimento humano a par da prosperidade. Durante um tempo, acreditamos que assim era e havia sinais disso”


Fonte: Jornal Público

9 de julho de 2016

Cientistas revelam: DNA possui funções mediúnicas: telepatia, irradiação e contato interdimensional





“Nosso DNA é um bio computador”, dizem cientistas russos.

Pesquisas científicas estão explicando os fenômenos como a clarividência, a intuição, atos espontâneos de cura e autocura e outros.

Quando os cientistas começaram a desvendar o mundo da genética, compreenderam a utilidade de apenas 10% do nosso DNA.

O restante (90%) foi considerado “DNA LIXO”, ou seja: sem função alguma para o corpo humano.

Porém, este fato foi motivo de questionamentos, pois alguns cientistas não acreditaram que o corpo físico traria algum elemento que não tivesse alguma utilidade.

E foi assim que o biofísico russo e biólogo molecular Pjotr Garjajev e seus colegas iniciaram pesquisas com equipamentos “de ponta”, com a finalidade de investigar os 90% do DNA não compreendido.

E os resultados apresentados são fantásticos, atingindo aspectos antes considerados “esotéricos” do nosso DNA.

O QUE AS PESQUISAS ESTÃO CONCLUINDO?

1. O DNA tem capacidade telepática

A partir das últimas pesquisas, cientistas concluíram que o nosso DNA é receptor e transmissor de informações além do tempo-espaço.

Segundo essas pesquisas, o nosso DNA gera padrões que atuam no vácuo, produzindo os chamados “buracos de minhoca” magnetizados! São “buracos de minhocas” microscópicos, semelhantes aos “buracos de minhocas” percebidos no Universo.

Sabe-se que “buracos de minhocas” são como pontes ou túneis de conexões entre áreas totalmente diferentes no universo, através das quais a informação é transmitida fora do espaço e do tempo.

Isto significa que o DNA atrai informação e as passa para as células e para a consciência, uma função que os cientistas estão considerando como a internet do corpo físico, porém muito mais avançada que a internet que entra em nossos computadores.

Esta descoberta leva a crer que o DNA possui algo que se pode chamar de telepatia interespacial e interdimensional. Em outras palavras, O DNA está aberto á comunicações e mostra-se suscetível a elas.

Pesquisas relacionadas à recepção e transmissão de informações através do DNA estão explicando os fenômenos como a clarividência, a intuição, atos espontâneos de cura e autocura e outros.

2. Reprogramação do DNA através da mente e das palavras

O grupo de Garjajev descobriu também que o DNA possui uma linguagem própria, contendo uma espécie de sintaxe gramatical, semelhante á gramática da linguagem humana, levando-os a concluir que o DNA é influenciável por palavras emitidas pela mente e pela voz, confirmando a eficácia das técnicas de afirmação, de hipnose (ou auto hipnose) e de visualizações positivas.

Esta foi uma descoberta impressionante, pois diz que se nós adequarmos as frequências da nossa linguagem verbal e das imagens geradas por nosso pensamento, o DNA se reprogramará, aceitando uma nova ordem e uma nova regra, a partir da ideia que está sendo transmitida.

O DNA, neste caso, recebe a informação das palavras e das imagens do pensamento e as transmite para todas as células e moléculas do corpo, que passam a ser comandadas segundo o novo padrão emitido pelo DNA.

Os cientistas russos estão sendo capazes de reprogramar o DNA em organismos vivos, usando as frequências de ressonância de DNA corretas e estão obtendo resultados bastante positivos, especialmente na regeneração do DNA danificado!

Utilizam para isso a Luz Laser codificada como a linguagem humana para transmitir informações saudáveis ao DNA e essa técnica já está sendo aplicada em alguns hospitais universitários europeus, com sucesso em vários tipos de câncer de pele. O câncer é curado, sem cicatrizes remanescentes.

3. O DNA responde á interferências da Luz Laser

Continuando nessa linha de pesquisas, o pesquisador russo Dr. Vladimir Poponin, colocou o DNA em um tubo e enviou feixes de Luz Laser através dele. Quando o DNA foi removido do tubo, a Luz Laser continuou a espiralar no DNA, formando como que pequenos chacras e um novo campo magnético ao redor do mesmo, maior e mais iluminado que o anterior.

O DNA mostrou-se agir como um cristal quando faz a refração da Luz, concluindo que o DNA irradia a Luz que recebe.

Esta descoberta levou os cientistas a uma maior compreensão sobre os campos eletromagnéticos ao redor das pessoas, assim como também compreenderam que as irradiações emitidas por curadores e sensitivos acontecem segundo esse mesmo padrão: receber e irradiar, aumentando e preenchendo com Luz o campo eletromagnético ao redor.

Assuma o Comando do seu Ser!

As pesquisas estão ainda em fases iniciais, e os cientistas acreditam que ainda vão descobrir muitas outras coisas interessantes!

Por enquanto, as conclusões nos estimulam a continuarmos com as técnicas de afirmações positivas, cuidando dos nossos pensamentos e das imagens por ele geradas, a fim de que as transmissões sejam correspondentes a saúde, ao bem estar e a harmonia, enviadas não apenas ao DNA como também para todo o corpo!

Tenho certeza de que o nosso DNA agradece por suas informações positivas transmitidas a ele!

Que tal melhorar as suas transmissões verbais e mentais?

Comunique-se positivamente com seu corpo e reprograme seu DNA!

Tania Resende

Nota:
Todas as informações do texto acima estão contidas no livro “Vernetzte Intelligenz” von Grazyna Fosar und Franz Bludorf, ISBN 3930243237, resumidos e comentados por Baerbel.


24 de março de 2012

Tempestades solares podem salvar a humanidade

 Ilustração da capa do livro e o documentário “Revolução 2012″ de Dieter Broers  


O cientista e biofísico alemão Dieter Broers possui mais de 30 anos investigando os efeitos dos campos eletromagnéticos nos seres humanos, e é um dos poucos que tocaram no tema de 2012 com uma visão realista, científica, e com uma boa dose de esperança. Broers descobriu que as perturbações significativas nos campos eletromagnéticos que rodeiam os seres humanos podem criar estados mentais similiares aos provocados pelas drogas alucinógenas ou experiências místicas.  A alteração de nossos campos eletromagnéticos produzida pelas “explosões solares” ou “tempestades solares” previstas para 2012, afetaria nossa consciência e percepção da realidade. Poderíamos experimentar, em dias de alta atividade solar, alucinações e estados mentais extremamente desconcertantes ou prazerosos.  Para Broers, o importante destes estados mentais, que poderiamos chamar alterados, é que nos permitiriam entender a crise global que vive o planeta como o sintoma de uma doença que pode ser curada. Imagine isto. Você vai a rua para buscar trabalho e para em frente a uma banca de jornal.  Subitamente, as fotos cobram vida e começam a falar com você. Primeiro você se assusta e pensa que está ficando louco, mas logo o aceita e estabelece um diálogo. A conversa te leva por caminhos desconhecidos e pontos de vista que nunca antes havia percebido. De pronto, você percebe que a humanidade está mal, que está doente, e entende por quê e como se pode solucionar.  Graças às reflexões coletivas que teria a humanidade neste estado, produto da perturbação de nossos campos eletromagnéticos provocada pelas tempestades solares, chegariamos a encontrar a cura para a crise global que enfrenta nossa sociedade.  Em seu livro “Revolução 2012” Dieter Broers nos alerta sobre as tempestades solares: “Os eventos que o Cosmos guarda para nós em 2012 poderiam comparar-se a receber um copo de suco onde alguem despejou um pouco de LSD ou ácido lisérgico sem o nosso conhecimento.”  As tempestades solares de 2012 têm um lado positivo, e de alguma forma, de esperança. Broers sustenta que as alterações no campo magnético da Terra, provocadas pelas tempestades solares, alterarão nossa percepção do tempo e da realidade e, dependendo de nossa preparação, produzirão em nós experiências do tipo místico, mudanças de consciência, alucinações e talvez, poderes mentais.  O súbito incremento da atividade solar nas últimas semanas, evoca uma análise mais detalhada dos trabalhos do cientista alemão. Em que se baseia Dieter Broers para suas teorias sobre as tempestades solares?  Alguns experimentos realizados por Broers o levaram a descobrir que o estado de consciência de uma pessoa pode ser alterado expondo o cérebro a campos eletromagnéticos de certa intensidade. De acordo com suas investigações, um campo magnético normal nos permite manter um estado de consciência normal e uma percepção do tempo normal. Por outro lado, um campo magnético severamente anormal ou a ausência dele, provoca estados mentais alterados e uma distorsão em nossa percepção do tempo.  Para Broers, quem têm trinta anos investigando este campo da ciência, o efeito das perturbações geomagnéticas criadas pelas tempestades solares é similar aos efeitos das drogas alucinógenas. Quando somos expostos a este tipo de campos magnéticos, nosso cérebro produz uma série de substâncias que são as que geram essas alucinações ou distorsões da realidade e do tempo.  Os estados mentais alterados são provocados pelos processos neuroquímicos e pela produção de substâncias psicoativas ou alucinógenas. Sob certas condições, o cérebro é capaz de produzir o que poderiamos chamar substâncias ilegais. As tempestades solares dos próximos anos poderiam fazer com que nossos cérebros gerem substâncias capazes de criar fortes alucinações. Estas alucinações serão totalmente reais para a pessoa que as experimente e afetarão nossos sentidos de diferentes formas: o tempo parecerá mover-se mais lentamente, veremos presenças estranhas, ouviremos vozes, perceberemos forças invisíveis e sentiremos uma poderosa união com o universo que nos rodeia.   

Dieter Broers diz que as tempestades solares de 2012 e de 2013 provocarão não só estados alterados desconcertantes senão estados extremamente prazerosos que alguns poderiam denominar de “iluminação”, como o que experimentaram Moisés, Joana D’Arc, e Paulo de Tarso.  Nem todos sentiremos o mesmo, ou reagiremos da mesma forma. Algumas pessoas experimentarão paz e euforia enquanto que outros passarão por momentos de agressividade e depressão. O fator determinante para ter uma experiência negativa ou positiva será o medo. Enquanto que uma pessoa poderia escapar aterrorizada ante uma presença estranha, outra poderia entender que essa presença é parte de sua consciência, e outra poderia estabelecer um diálogo com a misteriosa presença sobre as origens da vida. Por isto, Broers aconselha que preparemos nossas mentes meditando.  Inclusive se você têm dúvidas sobre que tipo de “iluminação” poderia experimentar, deveria, não obstante, começar a meditar o mais breve possível, para que possa experimentar estes estados alterados de consciência num estado receptivo.  Se estamos predispostos não haverá medo, e se estivermos num estado receptivo poderemos aproveitar a experiência. Dependerá de nós que essas alucinações se convertam em momentos de “iluminação espiritual”.  Para que servem todas estas alucinações? O que têm de positivo tudo isto?  Segundo Broers, muitos pacientes foram tratados exitosamente usando os efeitos dos campos eletromagnéticos no cérebro. A terapia, também chamada “terapia de mega-ondas”, consiste em administrar campos eletromagnéticos, idênticos aos que encontramos na natureza, através de dispositivos colocados na cabeça dos pacientes. Esta terapia teve uma altíssima porcentagem de cura exitosas graças ao fato de que pela primeira vez, os pacientes são capazes de entender a causa de seu problema.  A mesma terapia aplicada a pacientes sãos ou sem problemas, fez com que experimentassem um estado de consciência alterado que lhes permitiu ver a realidade e as coisas deste mundo, num contexto muito maior.  Segundo Broers, uma tempestade solar de elevada magnitude afetaria coletivamente nossos cérebros e poderia ajudar a que tomemos consciência do dano que estamos fazendo ao planeta, e que tomemos ações para reverter a situação. Estas descobertas também podem aplicar-se à situação atual do mundo. Se vemos a crise global como o sintoma de uma doença e olhamos profundamente dentro de nós, seremos capazes de identificar a causa atual desta doença. Enquanto nossos esforços para nos salvar se centrem nos sintomas de nossa condição, não encontraremos uma cura verdadeira. Só poderemos salvar o planeta se reconhecermos, primeiro, a verdadeira causa da doença. Este tipo de reconhecimento pode ser obtido através da influência de campos eletromagnéticos. Se, por exemplo, cada ser humano na Terra fosse exposto a estes campos eletromagnéticos, uma consciência coletiva nasceria nos seres humanos.  Esta exposição coletiva da humanidade a campos eletromagnéticos da que fala Broeck, poderia ser provocada por uma forte tempestade solar nos próximos anos. O cientista alemão acredita que uma série de tempestades solares de alta magnitude não só provocará experiências místicas ou alucinações e mudanças de consciência sobre o dano ao planeta, senão que também poderia colocar em funcionamento partes do cérebro que nunca utilizamos.  “Estou convencido que atualmente nos encontramos no meio de um processo que compreende a restruturação de nossas redes neuronais, e que o catalizador deste processo é a elevada atividade solar-geomagnética cujas consequências são temidas por tanta gente. Porém, todos os fatos e descobertas, apontam à inegável conclusão de que a evolução nos permitirá, pela primeira vez na história humana, usar o enorme potencial de nossos cérebros.  Para Broers, os humanos usam uma ínfima parte do cérebro, ele sustenta que é como se usássemos a área de uma partícula de pó quando dispomos de uma mansão de quinhentos quartos.  Umas quantas tempestades solares de elevada magnitude poderiam ser suficientes para alterar nossa realidade. As alucinações seriam o primeiro sinal de que estamos usando novas áreas de nosso cérebro. O que virá depois é terreno desconhecido. Poderes mentais? Telepatia? Propriedades quânticas? Realidades paralelas? Outras dimensões?  Dieter Broers afirma que as alterações no campo magnético da Terra produzirão não só uma mudança de consciência senão que nos ajudará a utilizar o verdadeiro potencial do cérebro humano.  “Em vista do fato que os campos eletromagnéticos podem ajudar  um paciente a identificar a causa de uma doença, é muito possível que as forças eletromagnéticas do cosmos possam fazer que a raça humana perceba a doença que ataca o nosso planeta. As condições para uma expansão de consciência estão dadas. Tomara que não precisemos ser golpeados por uma tempestade solar gigantesca para começar a reverter a crise do planeta. Embora a esta altura, parece que só algo assim de radical nos fará mudar de rumo.  Esperamos que as tempestades solares dos próximos meses e anos ampliem nossa consciência e, de uma vez por todas, nos remetam a um período de evolução num campo outro que não o tecnológico, as campinas da espiritualidade, e não estou me referindo às religiões.


Dieter Broers -  “Revolução 2012″ .

4 de dezembro de 2011

Os Alquimistas e a Ciência

Se formos nos reportar as referências que temos nos anais da história a respeito dos enigmáticos alquimistas, chegaremos à conclusão que esses sábios homens foram filósofos cientistas que através da busca pelo conhecimento das leis ditas naturais expressadas no mundo (macrocosmo), como consequências de uma causa maior, tentaram entender a sua natureza microcósmica, para com isso virem a obter a fórmula e método de como transmutar o seu Ser e o meio em que se encontravam, em prol de uma comunhão completa com o Criador. Eram Iluminados voltados para meios que antes não eram separados, cientes de que tudo deriva de um único principium, a verdadeira Ciência indistinta de uma separação entre espiritualidade e ciência materialista.
Com a ramificação, deteriorização e alienação dos conhecimentos da fonte, muitas coisas foram levadas ao extremo do egoísmo, fazendo com que essas verdades fossem encobertas por fantasias daqueles que não queriam procurar a legitima essência a partir de analogias precisas.
Eis que conseqüentemente surgiu uma manifestação predominante da razão sectária credológica. Nisto, em muitos dos casos, aos leigos principalmente, foi imposta uma lei de aceitação inquestionável das teses teogônicas, onde a primordial ciência tinha sido subjugada pelos dogmas das formalizadas instituições que assumiram o termo de religião.
Com o ocorrido, muitos se revoltaram e, consequentemente, problematizaram e elaboraram uma base de estudos separados do sagrado e espiritual; confundiram a essência do saber com as cascas dogmáticas e fantasiosas dos credos ideológico. Com isso, essas pessoas voltaram-se para uma razão e supervalorização de uma lógica empírica, materialista e, em determinados casos, fanática.
Então, eis que surgiu a era da critica da razão pura, o iluminismo e o apreço a um materialismo que naquele momento (e em outros) mostrava mais coisas óbvias e palpáveis do que a religiosidade que oprimia, condenava, e matava em nome de um deus.
A ciência que surgia nesse período foi se formulando e tornando-se mais separada ainda do meio transcendente. Nessas transformações, de um lado prevaleceu a lógica material, e de outro ficou em seu canto a razão espiritual.
Com a repercussão dessa cisão, predominou as partes palpáveis e quantificáveis dessa ciência, ocorrendo isso com a  astrologia que deu nascimento a astronomia (provavelmente com sua cisão no século XVII) e da  alquimia que gerou a química. Hoje boa parte, com algumas exceções, das ditas ciências estudadas nas academias e escolas são de cunho limitado aos aspectos fatídicos do dia a dia.





Dentro desse contexto e, levando em conta a figura do Alquimista ou estudante de Alquimia, temos que ele é, em sua natureza, um cientista, pois o mesmo precisa entender o processo de transmutação física/química e elemental para que com isso venha tirar proveito desse conhecimento e utilizar isto em seu processo de transmutação interior para a tão almejada obtenção da Grande Obra, que só poderá ser obtida através da harmonia entre o que esta em cima (O interior, logos superior) com o que esta embaixo (O exterior, o mundo fatídico e a natureza).
Já o cientista, quando somente se reporta à dita ciência limitada, é somente um cientista, pois ao aceitar o limite cientifico, e somente seu caráter positivista, estará se tornando apenas um físico ou um químico, geneticista, etc. Mas, se o mesmo é aderente a essa união que antes era inseparável, ele se enquadra em uma condição de estudante ou ao nível dos assim chamados alquimistas adeptos.
Temos como exemplo de Alquimista cientista o célebre Isaac Newton. O mesmo transitou pelas ditas ciências ocultas, mas com objetivos bem pragmáticos e com instrumental digno de um pesquisador sério. Suas investidas pela alquimia levaram a importantes descobertas para a química moderna. Mas tudo que foi apresentado por Newton foi exposto sob um ponto de vista lógico em seus resultados mas não deixam de ser conteúdos embasados em teorias alquímicas e transcendentais. Porém, a ciência dita limitada de hoje, em muitos dos casos, teve (tem) a intenção de somente expor aquilo que pode ser usado como algo de valor desde que possa ser separada de seus aspectos mau compreendidos pelas massas.
Newton, em seus estudos da astrologia, reconheceu o seu valor e auxílio em relação a capacidade de enxergar o universo de forma mais aberta, culminando em conclusões importantes para a astronomia.





Em parte, sofremos a influência do iluminismo de Voltaire (que segundo alguns era ligado ao Rosacrucianismo), que nos deu em destaque e visibilidade somente o teor racionalista de Isaac Newton. O outro lado da questão é devido à ultra-especialização de nossa cultura – o físico detém-se apenas à sua formação para compreender Newton, o químico idem, já o estudante ou o próprio alquimista sabe que para compreender a verdadeira forma de como obter a Magnus Opus é priori se impor acima de todas essas bases e unificá-las juntamente com o Transcendental, desde que esse não seja em totalidade algo dogmático.

Por isso que em muitos círculos Herméticos onde o Mestre instruía seu discípulo nas artes Alquímicas prevalecia a seguinte prelazia:

“ORA, LEGE, LEGE, RELEGE, LABORA ET INVENIER”

(ORE, LÊ, LÊ, RELÊ, TRABALHE E ENCONTRARÁS)

Podemos conferir em pesquisas que grandes cientistas foram exímios alquimistas, e que suas descobertas por terem tido uma grande importância para a evolução da ciência moderna, só foram expostas e reconhecidas em aspectos e funções que condiziam com ao que era aceito pela massa cientifica e limitada.

Dentre esses sábios, temos não somente Newton, mas também…

Santo Alberto Magno: 1193 – 1280 – conseguiu preparar o hidróxido de potássio e descreveu a composição química de diversos compostos, como o cinábrio, o alvaiade e o mínio;

Paracelso: 1493 – 1541- o primeiro a se referir a luz astral nos meios alquímicos, chegou a identificar o zinco como um novo metal, com propriedades diferentes das até então conhecidas, pioneiro na utilização medicinal dos compostos químicos e, além disso, descobriu varias formas de tratar doenças que assolavam a Europa no século XVI;

Roger Bacon: 1214 – 1294 – Pioneiro em enfatizar a possibilidade de utilização de lentes ópticas para aumentar objetos pequenos;

Raimundo Lúlio: 1233- 1316 – Alquimista que com maestria preparou o bicarbonato de potássio;

Giambattista della Porta: 1535- 1615 – preparou o óxido de estanho II

Abu Musa Jabir ibn Hayyan: 721– 815 – também conhecido pelo nome latino Geber, o primeiro a desenvolver um processo de destilação perfeito, alquimista islâmico proeminente, além de farmacêutico, filósofo, astrônomo, e físico. Ele também foi chamado de “o pai de química árabe” pelos europeus.

Maria, a Judia (ou Maria, a Profetisa): uma antiga filósofa grega e famosa alquimista que viveu no Egito por volta do ano 273 a.C.. dizem que viveu na época de Aristóteles (384–322 a.C.); suposta criadora do banho-maria;

Carl Gustav Jung: 1875 – 1961 – Incorporou os conceitos e simbologia da alquimia a psicologia analítica, comprovando a relação entre a arte da transmutação com a constituição da psique humana, através de seus arquétipos em interação com um inconsciente coletivo.

Replicado do blog O Alvorecer.






13 de maio de 2011

Campos Morfogenéticos e Egrégoras





A hipótese dos campos morfogenéticos foi formulada por Rupert Sheldrake. Segundo o holismo, os campos morfogenéticos são a memória coletiva a qual recorre cada membro da espécie e para a qual cada um deles contribui.
Morfo vem da palavra grega morphe que significa forma. O campos morfogenéticos são campos de forma; padrões ou estruturas de ordem. Estes campos organizam não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e moléculas. Cada tipo de molécula, cada proteína por exemplo, tem o seu próprio campo mórfico -a hemoglobina , um campo de insulina, etc. De um mesmo modo cada tipo de cristal, cada tipo de organismo, cada tipo de instinto ou padrão de comportamento tem seu campo mórfico. Estes campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza…”
Os campos morfogenéticos ou campos mórficos são campos que levam informações, não energia , e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois tido sido criado. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. ”
Os campos morfogenéticos agem sobre a matéria impondo padrões restritivos em processos de energia cujos resultados são incertos ou probabilísticos. Os Campos Mórficos funcionam modificando eventos probabilísticos . Quase toda a natureza é inerentemente caótica. Não é rigidamente determinada. Os Campos Mórficos funcionam modificando a probabilidade de eventos puramente aleatórios. Em vez de uma grande aleatoriedade, de algum modo eles enfocam isto, de forma que certas coisas acontecem em vez de outras. É deste modo como eu acredito que eles funcionam.
“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais – como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes – e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afinidades é que são responsáveis pela comunicação.”
Um campo morfogenético não é uma estrutura inalterável mas que muda ao mesmo tempo, que muda o sistema com o qual esta associado. O campo morfogenetico de uma samambaia tem a mesma estrutura que o os campos morfogenético de samambaias anteriores do mesmo tipo. Os campos morfogenéticos de todos os sistemas passados se fazem presentes para sistemas semelhantes e influenciam neles de forma acumulativa através do espaço e o tempo.
A palavra chave aqui é ” hábito “, sendo o fator que origina os campos morfogenéticos . Através dos hábitos os campos morfogenéticos vão variando sua estrutura dando causa deste modo às mudanças estruturais dos sistemas aos que estão associados. Segundo o cientista, os campos mórficos são estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas do mundo material.
Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes.
Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados.
A analogia termina aqui, porém. Porque, ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos de Sheldrake não envolvem transmissão de energia. Por isso, sua intensidade não decai com o quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o exemplo dos macacos. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.
O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome de “ressonância mórfica”. Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Em nosso exemplo, a ressonância mórfica entre macacos da mesma espécie teria feito com que a nova técnica de quebrar cocos chegasse à ilha “B”, sem que para isso fosse utilizado qualquer meio usual de transmissão de informações.
Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie humana. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcertante dessa propriedade.
Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório – diz ele -, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.
Com afirmações como essa, não espanta que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta polêmica. Em 1981, quando ele publicou seu primeiro livro, A New Science of Life (Uma nova ciência da vida), a obra foi recebida de maneira diametralmente oposta pelas duas principais revistas científicas da Inglaterra. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como “uma importante pesquisa científica”, a Nature o considerava “o melhor candidato à fogueira em muitos anos”.
Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma larga experiência de vida, Sheldrake já era, então, suficientemente seguro de si para não se deixar destruir pelas críticas. Ele sabia muito bem que suas idéias heterodoxas não seriam aceitas com facilidade pela comunidade científica. Anos antes, havia experimentado uma pequena amostra disso, quando, na condição de pesquisador da Universidade de Cambridge e da Royal Society, lhe ocorreu pela primeira vez a hipótese dos campos mórficos. A idéia foi assimilada com entusiasmo por filósofos de mente aberta, mas Sheldrake virou motivo de gozação entre seus colegas biólogos. Cada vez que dizia alguma coisa do tipo “eu preciso telefonar”, eles retrucavam com um “telefonar para quê? Comunique-se por ressonância mórfica”.
Era uma brincadeira amistosa, mas traduzia o desconforto da comunidade científica diante de uma hipótese que trombava de frente com a visão de mundo dominante. Afinal, a corrente majoritária da biologia vangloriava-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera interação físico-química entre moléculas e fazia do DNA uma resposta para todos os mistérios da vida.
A realidade, porém, é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista.
Exemplo disso é o processo de diferenciação e especialização celular que caracteriza o desenvolvimento embrionário. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica, no lugar certo e no momento adequado?
A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos e que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (entendendo-se por vizinhança as outras células do aglomerado e o meio ambiente). É preciso estar completamente entorpecido por um sistema de crenças para engolir uma “explicação” dessas. Como é que interações entre partes vizinhas, sujeitas a tantos fatores casuais ou acidentais, podem produzir um resultado de conjunto tão exato e previsível? Com todos os defeitos que possa ter, a hipótese dos campos mórficos é bem mais plausível.
Uma estrutura espaço-temporal desse tipo direcionaria a diferenciação celular, fornecendo uma espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes.
Ação modesta
A biologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a seqüência exata dos aminoácidos na construção dessas macro-moléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e ponto.
“A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético”, afirma Sheldrake. “Dados os genes corretos, e portanto as proteínas adequadas, supõe-se que o organismo, de alguma maneira, se monte automaticamente. Isso é mais ou menos o mesmo que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a casa se construa espontaneamente.”
A morfogênese, isto é, a modelagem formal de sistemas biológicos como as células, os tecidos, os órgãos e os organismos seria ditada por um tipo particular de campo mórfico: os chamados “campos morfogenéticos”. Se as proteínas correspondem ao material de construção, os “campos morfogenéticos” desempenham um papel semelhante ao da planta do edifício. Devemos ter claras, porém, as limitações dessa analogia. Porque a planta é um conjunto estático de informações, que só pode ser implementado pela força de trabalho dos operários envolvidos na construção. Os campos morfogenéticos, ao contrário, estão eles mesmos em permanente interação com os sistemas vivos e se transformam o tempo todo graças ao processo de ressonância mórfica.
Tanto quanto a diferenciação celular, a regeneração de organismos simples é um outro fenômeno que desafia a biologia reducionista e conspira a favor da hipótese dos campos morfogenéticos. Ela ocorre em espécies como a dos platelmintos, por exemplo. Se um animal desses for cortado em pedaços, cada parte se transforma num organismo completo.
Forma original
O sucesso da operação independe da forma como o pequeno verme é seccionado. O paradigma científico mecanicista, herdado do filósofo francês René Descartes (1596-1650), capota desastrosamente diante de um caso assim. Porque Descartes concebia os animais como autômatos e uma máquina perde a integridade e deixa de funcionar se algumas de suas peças forem retiradas. Um organismo como o platelminto, ao contrário, parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas.
A hipótese dos campos morfogenéticos é bem anterior a Sheldrake, tendo surgido nas cabeças de vários biólogos durante a década de 20. O que Sheldrake fez foi generalizar essa idéia, elaborando o conceito mais amplo de campos mórficos, aplicável a todos os sistemas naturais e não apenas aos entes biológicos. Propôs também a existência do processo de ressonância mórfica, como princípio capaz de explicar o surgimento e a transformação dos campos mórficos. Não é difícil perceber os impactos que tal processo teria na vida humana. “Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já aprenderam“, informa Sheldrake.
Ele mesmo vem fazendo interessantes experimentos nessa área. Um deles mostrou que uma figura oculta numa ilustração em alto constraste torna-se mais fácil de perceber depois de ter sido percebida por várias pessoas. Isso foi verificado numa pesquisa realizada entre populações da Europa, das Américas e da África em 1983. Em duas ocasiões, os pesquisadores mostraram as ilustrações 1 e 2 a pessoas que não conheciam suas respectivas “soluções”. Entre uma enquete e outra, a figura 2 e sua “resposta” foram transmitidas pela TV. Verificou-se que o índice de acerto na segunda mostra subiu 76% para a ilustração 2, contra apenas 9% para a 1.
Aprendizado
Se for definitivamente comprovado que os conteúdos mentais se transmitem imperceptivelmente de pessoa a pessoa, essa propriedade terá aplicações óbvias no domínio da educação. “Métodos educacionais que realcem o processo de ressonância mórfica podem levar a uma notável aceleração do aprendizado”, conjectura Sheldrake. E essa possibilidade vem sendo testada na Ross School, uma escola experimental de Nova York dirigida pelo matemático e filósofo Ralph Abraham.
Outra conseqüência ocorreria no campo da psicologia. Teorias psicológicas como as de Carl Gustav Jung e Stanislav Grof, que enfatizam as dimensões coletivas ou transpessoais da psique, receberiam um notável reforço, em contraposição ao modelo reducionista de Sigmund Freud (leia o artigo “Nas fronteiras da consciência”, em Globo Ciência nº 32).
Sem excluir outros fatores, o processo de ressonância mórfica forneceria um novo e importante ingrediente para a compreensão de patologias coletivas, como o sadomasoquismo e os cultos da morbidez e da violência, que assumiram proporções epidêmicas no mundo contemporâneo, e poderia propiciar a criação de métodos mais efetivos de terapia.
“A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal”, afirmou Sheldrake a Galileu. “Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina. Pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas”.
De todas as aplicações da ressonância mórfica, porém, as mais fantásticas insinuam-se no domínio da tecnologia. Computadores quânticos, cujo funcionamento comporta uma grande margem de indeterminação, seriam conectados por ressonância mórfica, produzindo sistemas em permanente transformação. “Isso poderia tornar-se uma das tecnologias dominantes do novo milênio”, entusiasma-se Sheldrake.
Uma das primeiras experiências levadas a cabo por Sheldrake foi a dos ratos no laboratório. Foi recapturado do tempo em que ele começou a considerar os campos morfogeneticos. Consiste em ensinar a um grupo de ratos uma certa aprendizagem, por exemplo, sair de um labirinto, em certo lugar, por exemplo, Londres, para logo observar a habilidade de outros ratos em outro lugar então, por exemplo, Nova Iorque, deixar o labirinto. Esta experiência já foi levada a cabo em numerosas ocasiões dando resultados muito positivos.

O famoso CAMPO!!! ( Ou, da mesma maneira, como na formação da subjetividade por repetição, como acreditava Gilles Deleuze, a palavra-chave aqui é ” hábito “, fator original dos campos morfogenéticos. Através dos hábitos, os campos morfogenéticos vão variando sua estrutura dando causa deste modo às mudanças estruturais dos sistemas a que estariam associados).


Replicado de Teoria da Conspiração.

30 de janeiro de 2011

Cientista afirma ter Teletransportado moléculas de DNA




Com informações da New Scientist – 17/01/2011

Seu nome é Luc Montagnier e sua biografia pode ser resumida a um feito único: ele ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008, por ajudar a demonstrar a conexão entre o HIV e a AIDS.
Montagnier agora está sacudindo as bases do mundo acadêmico com uma alegação absolutamente inesperada: ele afirma ter “teletransportado” as informações de moléculas de DNA.
Se os resultados estiverem corretos,” comentou Jeff Reimers, químico da Universidade de Sidnei, na Austrália, “isso será um dos experimentos mais significativos feitos nos últimos 90 anos, e exigirá uma reavaliação de todo o quadro conceitual da química moderna.”
Nesta altura dos acontecimentos, a expressão “se os resultados estiverem corretos” está tendo mais ênfase entre os outros cientistas do que o alegado teletransporte de DNA, que poderá ter um impacto, na verdade, muito além da química.

O problema é que o artigo ainda não foi aceito para publicação por uma revista revisada pelos pares de Montagnier.
E, a julgar pela recente controvérsia de uma bactéria com jeitão alienígena, anunciada com estardalhaço pela NASA e depois largamente contestada por outros cientistas, o processo de avaliação desse artigo deverá levar mais tempo do que o normal.

Teletransporte quântico
Montagnier e seus colegas alegam ter feito um experimento que mostra que uma molécula de DNA pode transmitir as informações que contém, por meio de campos eletromagnéticos, para células distantes e até mesmo para a água.
Mais do que isso, o Prêmio Nobel afirma que enzimas podem tomar esse “carimbo” remoto de DNA por um DNA real, copiando-o para produzir a coisa real – o que faria do experimento uma espécie de teletransporte quântico da molécula de DNA.
O experimento consiste em dois tubos de ensaio, próximos mas separados fisicamente, colocados dentro de uma bobina de cobre, sujeitos a um campo eletromagnético fraco de frequência extremamente baixa, de apenas 7 hertz.
O conjunto é isolado do campo magnético natural da Terra, para evitar interferências.
O primeiro tubo contém um fragmento de DNA com cerca de 100 pares de base. O segundo tubo contém água pura. Depois de um período que variou de 16 a 18 horas, o conteúdo dos dois tubos de ensaio foram submetidos à reação em cadeia da polimerase (PCR), o método rotineiramente usado para amplificar quantidades traço de DNA, usando enzimas para fazer inúmeras cópias do material original.
Foi aí que o mais surpreendente aconteceu: o fragmento de DNA foi aparentemente recuperado dos dois tubos de ensaio, incluindo aquele que só deveria conter água.

A maldição da diluição
Para incomodar ainda mais os cientistas mais conservadores, aqueles que se incomodam com resultados controversos, e que geralmente se colocam prontamente contra qualquer nova descoberta que possa abalar o “edifício da ciência”, o DNA somente é teletransportado com sucesso depois que a solução original de DNA passa por diversos ciclos de diluição.
Diluição lembra homeopatia, e “cientistas céticos” – o termo é absolutamente sem sentido, mas há vários acadêmicos que se autodenominam assim -, cientistas “céticos” odeiam a homeopatia porque ela contraria suas crenças pessoais, argumentando que ela não possui bases científicas, e trabalham duro para desacreditá-la.
No experimento de teletransporte, em cada ciclo, a amostra original, do tubo número 1, foi diluída 10 vezes, e o DNA fantasma, do tubo número 2, só pode ser recuperado quando a amostra original é diluída entre sete e 12 vezes.
O teletransporte ainda não funcionou nas super diluições usadas na homeopatia.
Vários cientistas ouvidos pela revista britânica New Scientist mostraram-se céticos quanto aos resultados.
Mas é difícil imaginar que a equipe de um pesquisador agraciado com o Prêmio Nobel seja ingênua a ponto de divulgar uma pesquisa tão controversa sem tomar todos os cuidados metodológicos necessários.
O fragmento de DNA foi aparentemente recuperado dos dois tubos de ensaio, incluindo aquele que só deveria conter água.
Segundo o rascunho do artigo, os físicos da equipe sugerem que o DNA emite ondas eletromagnéticas de baixa frequência, que transmitem a estrutura da molécula para a água.
Essa estrutura, alegam eles, é preservada e amplificada por meio de efeitos de coerência quântica. Como a estrutura imita o formato do DNA original, as enzimas do processo PCR tomam-na pelo próprio DNA e, de alguma forma, usam-na como modelo para construir moléculas que coincidem com o DNA transmitido.
Mas se Montagnier e seus colegas não conseguiram de fato fazer o teletransporte do DNA, então o que eles descobriram?
Os experimentos biológicos parecem intrigantes, e eu não posso desacreditá-los,” disse Greg Scholes, da Universidade de Toronto, no Canadá, que demonstrou no ano passado que os efeitos quânticos ocorrem em plantas.
Klaus Gerwert, da Universidade Ruhr, na Alemanha, que estuda as interações entre a água e as moléculas biológicas, mostra preocupação quanto à persistência do fenômeno: “É difícil entender como a informação pode ser armazenada na água em uma escala de tempo maior do que picossegundos.”

Memória da água
Em 1988, o cientista francês Jacques Benveniste publicou um artigo na revista Nature, onde ele e seus colegas afirmavam demonstrar que a água tinha memória.
Em seu experimento, a atividade de anticorpos humanos era retida em soluções tão diluídas que não poderiam conter quaisquer moléculas de anticorpos – o que estatisticamente também ocorre na homeopatia.

Frente a um enorme ceticismo, a revista convocou um “caçador de mitos” para averiguar a questão (@MDD – O sujeito escolhido foi o James Randi, já conhecido por sua “imparcialidade”), que concluiu que os resultados eram “uma ilusão”, gerada por um experimento mal projetado.
Em 1991, Benveniste repetiu seu experimento sob condições duplo cego e obteve novamente os resultados que demonstraram inicialmente a alegada “memória da água”.
Contudo, nem a Nature e nem a Science aceitaram o novo artigo para publicação. Desacreditado, o pesquisador foi expulso de seu instituto sob a alegação de haver manchado a reputação da instituição. Benveniste morreu em 2004. (@MDD – Benveniste escreveu diversas cartas à Nature alegando que James Randi havia distorcido os protocolos e realizados experimentos diferentes dos seus – nada que surpreenda…)

Única saída 
O que se espera agora é que o experimento de Montagnier e seus colegas seja avaliado pelos seus pares com a isenção necessária – sem ser condenado previamente, sobretudo por conter a palavra maldita – “diluição”.
Para isso, um único caminho pode ser trilhado: laboratórios independentes devem repetir os experimentos e checar os resultados.

Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=teletransporte-dna&id=010165110117

@MDD – Depois, quando eu escrever que “os ocultistas já sabiam disso desde Samuel Hahnemann” os pseudo céticos vão ficar com aquele mimimi… talvez até coloquem alguma coisa do 4chan como contra-argumento… fato é que é um começo da explicação pelos métodos ortodoxos dos passes espirituais, curas por imposição de mãos e homeopatia.
Acho engraçado que, de repente, o Prêmio Nobel vira um “idiota que não sabe o que faz” quando suas descobertas ameaçam as crenças dos outros cientistas. Tanto medo do mundo espiritual assim?

Do blog : Teoria da Conspiração - de Deldebbio

21 de novembro de 2010

O Agente Clandestino



Anda desanimado e com sentimento de culpa?
Pode haver um Toxoplasma no seu cérebro, tentando atrair um gato. 


- por Marcos Sá Corrêa

Q uem faz a cabeça do brasileiro é o Toxoplasma gondii. Não adianta dizer que nunca o viu mais gordo.
O Toxoplasma gondii é assim mesmo, "incrivelmente comum e incrivelmente obscuro", segundo o jornalista Carl Zimmer, que outro dia o apresentou aos leitores do New York Times numa página cheia de superlativos. Zimmer tratou-o como uma "criatura extraordinária" e "espantosamente bem-sucedida". E lançou no caminho da fama esse personagem onipresente mas discreto, ainda que prive da intimidade de pelo menos um terço da humanidade. Sem conhecê-Io, no mínimo 2,2 bilhões de pessoas convivem diariamente com o Toxoplasma gondii.
No Brasil, ele se supera. Está envolvido com praticamente 67% da população. Alojado em 126 milhões de brasileiros, tem fôlego de sobra para tornar as mulheres mais afetivas, os homens mais conformistas e ambos os sexos mais propensos a levar a vida sob o influxo de vagos sentimentos de culpa e desconforto social que nem imaginam de onde vêm.
Depois de desprezá-Io por mais de setenta anos como um parasita vulgar, desses que só em casos especiais - grávidas e portadores de HIV, por exemplo - merecem exame de laboratório, os médicos deram agora para desconfiar que, sob a influência do Toxoplasma gondii, os infectados têm reações estranhas. Seu comportamento pode pender para lados opostos. A pessoa manifesta uma atração insensata pelo perigo e, ao mesmo tempo, uma paradoxal aversão a mudanças. Isso lembra alguém que você conhece? Pois é. Pode ser obra dele. Toxoplasma gondii, o protozoário, age clandestinamente.
Carl Zimmer farejou a notícia num documento publicado este ano pela Royal Society, de Londres, a respeitabilíssima academia de ciências do Reino Unido. Tratava-se de um relatório sobre possíveis reflexos do Toxoplasma gondii nas sociedades humanas, com seis páginas e meia de texto e duas só para a bibliografia, que arrolava 35 trabalhos científicos. O título era instigante: "Pode o Toxoplasma gondii, parasita comum do cérebro, influenciar a cultura humana?". Além de publicar o achado no New York Times, Zimmer discutiu-o no site The Loom, sua tribuna cativa na internet, e dali o parasita se espalhou, como se nadasse livremente num caldo de cultura virtual. O Toxoplasma gondii animou debates entre sanitaristas e criadores de gatos domésticos. Contagiou até o Stereophile, um blog para iniciados em aparelhos de som que entrou na conversa tachando Zimmer de "guru do Toxoplasma".

  Zimmer é fã confesso de parasitas, esses monstros microscópicos que povoam as profundezas intracelulares de homens e bichos, "transformando qualquer órgão do corpo - a trompa de Eustáquio, a garganta, o cérebro, os rins, o tendão de Aquiles - em seu lar". Ele já foi ao Sudão para ver de perto, num hospital de campanha em Tambura, a máscara mortuária do Trypanosoma que provoca a doença do sono. Viajou à África "como certas pessoas vão à Tanzânia atraídas por seus leões ou a Komodo por seus dragões", ele conta em Parasite Rex, livro que é um modelo de rigor jornalístico em ritmo de ficção científica. "Passe algum tempo em Tambura", relata o jornalista, "e as pessoas à sua volta ficarão transparentes, como constelações cintilantes de parasitas". O livro lida com micróbios, vermes, protozoários, ácaros e tênias, tudo, enfim, que viva à custa dos outros. Assunto não falta, pois os parasitas dominam a Terra, batendo de quatro a um a soma de todas as criaturas capazes de existência autônoma. "A história da vida é, na maior parte, parasitologia", resume.
Os parasitas são vítimas de uma longa história de incompreensão. A começar pelo nome. "Parasita" vem da palavra grega para designar o criado que servia comida em banquete. Eles fazem o contrário: servem-se num banquete de vida alheia. Os cientistas hesitaram muito em levar os parasitas a sério. Charles Darwin baniu­os do esquema geral da seleção natural, supondo que essas criaturas "rastejantes" eram desvios regressivos no curso natural da evolução. Logo eles, que parecem estar na vanguarda dos processos evolutivos, mudando tantas vezes de forma quantos forem os desafios ao seu talento adaptativo e habilitando-se a viver nos ambientes mais impróprios. Nós, por exemplo.
Bilhões de seres humanos são ninhos inconscientes de Toxoplasma gondii . Esse parasita oblíquo e dissimulado pode varar a membrana das células de autodefesa e penetrar seu núcleo como clandestino, iludindo as barreiras imunológicas do cérebro, tido como o último bastião do organismo contra micróbios patogênicos. Ele fura as muralhas orgânicas como "cavalos de Tróia", diz Zimmer. Uma vez no cérebro, dali ninguém o tira, entre outros motivos porque o Toxoplasma gondii se esmera em perturbar o mínimo possível a vida de seu anfitrião. "Ele simplesmente vai ficando por lá, e o hospedeiro não o reconhece como um invasor que deveria ser destruído", afirma David Sibley, professor de microbiologia molecular.
O Toxoplasma gondii chamou a atenção dos cientistas no Instituto Karolinska, de Estocolmo, pelo refinamento dos métodos que emprega na conquista de território. " Quando procuramos parasitas no sangue, encontramos muito poucos, e eles pareciam estar apenas nadando em círculos", conta o pesquisador Antonio Barragan. Engano. A essa altura, como a equipe constataria depois, o Toxoplasma gondii já embarcara em células dendríticas, que normalmente disparam os alarmes do sistema imunológico. Estava, portanto, camuflado, em uniforme de combate, pronto para se imiscuir cérebro adentro. Havia feito tudo isso poucas horas depois de apear no organismo. "E se acaso ele estiver dirigindo essas células para se mover e se disseminar pelo corpo?", indagou-se Barragan. O grupo testou a hipótese, injetando Toxoplasma em células dendríticas descontaminadas. Elas se tornaram instantaneamente hiperativas, agitando-se sem parar na lâmina do microscópico pelo resto do dia.
O Toxoplasma gondii é implacavelmente contagioso, mas age como se não passasse de uma infecção benigna. " As pessoas raramente percebem o que está acontecendo durante uma invasão", explica Zimmer. No máximo, podem sentir dores no corpo, garganta irritada e outros sinais que se confundem com sintomas de gripe, enquanto lá dentro o protozoário captura células em alta velocidade, para gerar nessas incubadoras 128 cópias quase instantâneas de si mesmo. É a fase da infestação, que passa em poucos dias.   Demarcando o território, o Toxoplasma entra em estado de dormência. A essa altura já formou quistos, onde poderá esperar ("confortavelmente", segundo Zimmer) o momento em que a carne de seu hospedeiro for parar no tubo digestivo de um gato. Como essa transição dificilmente acontece na existência de um homem civilizado – pelo menos desde 1898, quando os ingleses exterminaram os leões que devoravam operários na ferrovia do Tsa­vo, na África -, a espera costuma ser longa. E o Toxoplasma gondii vai ficando.

E le "manipula elegantemente" o sistema imunológico de seu hospedeiro.
Se exagerasse na agressividade, tomando tudo a seu alcance, acabaria a bordo de cadáver. E um corpo inanimado não é a melhor condução para quem almeja descer pela goela de um gato. Os felinos são caçadores, não se interessam por carniça. E o parasita precisa que as vísceras onde se aninhou acabem, mais cedo ou mais tarde, no aparelho digestivo de um gato.
Enquanto não chega a hora, para manter a ordem na hospedaria o Toxoplasma gondii libera esporadicamente, durante a hibernação, moléculas que desencadeiam pequenas reações imunológicas do hospedeiro. Elas matam exclusivamente os invasores ainda livres. Não atingem os parasitas previamente encapsulados nos cistos. É um alarme falso, em proveito do status quo. Funciona como um toque de recolher, para que o parasita alcance nas melhores condições a terra prometida.
Essa terra prometida é o gato. Sem ele, o ciclo não fecha. Só nas paredes do intestino de um gato começa a festa nupcial do Toxoplasma gondii, que ali se divide para gerar machos e fêmeas e voltar à terra nas fezes do felino. Os homens são, para ele, "becos sem saída", e talvez tivessem passado longe dessa história, se não cruzassem com tanta freqüência o caminho que une os gatos aos ratos. Não sendo vetores naturais do parasita, nós o embarcamos sem bilhete para a baldeação seguinte.
Banal e aparentemente inofensiva, essa praga assintomática até pouco tempo atrás dispensava cuidados médicos, porque não parecia fazer muita diferença na vida de uma pessoa saudável que não estivesse em gestação. De repente, descobre-se que o Toxoplasma pode alterar perigosamente o comportamento humano, como fez com ratos de laboratório na Universidade de Oxford. Postos num labirinto de tijolos, com cantos marcados por odores que deveriam repeli-Ias ou atraí-los, eles mostraram uma atração suicida por urina de gato, cujo cheiro levaria ao pânico qualquer rato com os instintos de autopreservação em bom estado. Quando se tratava de procriar e comer, as cobaias infectadas pareciam normais. Mas, diante do rastro que deveria afugentá-Ias, comportavam-se como latas abertas de ração que implorassem para ser engolidas. Chegavam mesmo a exibir  um interesse mórbido pelo canto assinalado com urina de gato. Visitavam o lugar com freqüência. Procediam como  "roedores camicases", diz Carl Zimmer.
"Não se trata apenas de perda de um  comportamento natural", diagnosticou o neurobiologista Ajai Vyas, da Universidade Stanford."É um novo comportamento que está sendo induzido". O Toxoplasma gondii  não mata mas induz  os ratos ao suicídio, borrando os códigos instintivos da sobrevivência. Ratos impávidos que desafiam a morte dificilmente irão muito longe. Mas oferecerão ao parazita um atalho providencial para perpetuar a própria espécie, numa refinada estratégia evolutiva que não se esperaria encontrar em inteligências unicelulares. Vyas apresentou suas conclusões em maio, num encontro anual da Sociedade Internacional de Neurociência do Comportamento. E, com isso, o gondii saiu da gaveta. .
. Da descoberta do que o protozoário faz com ratos à suspeita do que pode fazer com a personalidade humana, foi um pulo. Com o parasita no corpo, "os homens se tornam menos propensos a submeter-se aos padrões morais da comunidade, preocupam-se menos com a possibilidade -de serem punidos por quebrar as normas sociais de conduta e confiam menos nos outros", resume Zimmer. Em compensação, sabe-se lá por quê, "as mulheres ficam mais afetuosas e cordiais". Os dois sexos divergem em muitas reações. Mas ambos perdem uma dose do medo mais funcional, que os afastaria do perigo. A alteração não chega a ponto de "levar uma pessoa a se atirar aos leões". É suficiente apenas para anunciar que, lá no fundo, algo está maquinando seu destino. É o indício de que o protozoário decifrou "o vocabulário dos neurotrasmissores e hormônios" da vítima.
Não é de hoje que os médicos conhecem alguns desses sinais, mas só agora puderam ligá-Ios a esses microorganismos, que vêm equipados, segundo Zimmer, "com uma vasta farmácia, abarrotada de drogas que têm utilidade em diferentes ocasiões e cumprem diversos fins". Anos atrás, quando preparava o livro Parasite Rex, Zimmer entrevistou Kevin Lafferty nos manguezais de Carpinteria, na Califórnia. Espantou-se ao encontrar um cientista em camiseta de cores berrantes, com um peixe fosforescente no peito e compleição de quem surfara as ondas de boa parte da Costa Oeste americana. Lafferty estudava na ocasião um parasita chamado EuhaploTchis califomiensis, que se apropria de moluscos comuns nas praias da região e, com eles, usurpa as entranhas dos peixes. Até aí, nada demais.
A novidade, para Lafferty, é que depois de infectados pelo EuhaploTchis os peixes dão para nadar de maneira estranha, quase na superfície, e de lado, como se fizessem questão de serem vistos de longe pelas gaivotas, maçaricos e outras aves marinhas. O que eles ganhariam com isso? Trinta vezes mais chances de serem comidos antes dos outros. É assim que o parasita viaja por via aérea para outras praias, em busca de caramujos frescos.

F oi Lafferty quem publicou semanas atrás a tese de que o Toxoplasma gondii provavelmente explica "uma percentagem estatisticamente significativa de variações na neurose agregada das populações humanas, assim como nas dimensões culturais neuróticas dos papéis sexuais e na aversão aos riscos". Em outras palavras, que esse protozoário afeta o comportamento coletivo. Estava na trilha desbravada por Jaroslav Flegr, o médico de Praga que encontrou as primeiras pegadas do Toxoplasma gondii em seus pacientes. Inclusive, em testes de inteligência.
Abrigar "no cérebro um parasita que está tentando ser levado para dentro de um gato" produz, segundo Laffery, "mudanças de personalidade". Como os gatos raramente comem seres humanos", ele reconhece que o Toxoplasma gondii perde tempo quando manipula o estilo de vida deles. Mas, "em termos evolutivos", "também não tem nada a perder". Logo, enjaulado na carne errada, o parasita continua a fazer o que sempre fez, com resultados muitas vezes contraditórios. Flegr observou que seus pacientes infectados eram mais apreensivos, inseguros, preocupados e ansiosos, com uma queda para a autoflagelação. O que Laf­ferty fez foi misturar esses traços individuais na massa das estatísticas sociais, perguntando se, nos países onde a infestação é mais disseminada, as alterações de comportamento virariam caráter nacional.

A resposta foi sim. Parece fora de dúvida que as altas taxas de infestação coincidem, por exemplo, com o menor interesse por novidades e o sentimento de culpa generalizado. Tratando-se de um erro essencial de hospedeiro cometido pelo Toxoplasma gondii, os resultados não podiam mesmo ser muito coerentes. Mas Lafferty comparou dados de 39 países, em cinco continentes. Descartou as tabelas difíceis de interpretar, como as da China, do Japão, da Coréia do Sul, da Turquia e da Indonésia, onde não conseguiu discernir tradição de sintoma. Descontou fatores como idade e renda per capita. Sobrou da filtragem uma "correlação significativa" entre o Toxoplasma gondii e a tal "neurose agregada" da população. A convergência é "positiva". Ou seja, "numa proporção substancial da sociedade humana", afirma Lafferty, "a variação geográfica da prevalência latente do Toxoplasma gondii pode estar por trás de diferenças nos aspectos culturais relativos ao ego, ao dinheiro, às posses materiais, ao trabalho e às normas de conduta".
O grau em que a "correlação significativa" se manifesta varia com a taxa de incidência do parasita. Nos Estados Unidos, onde anda em queda, ainda atinge pelo menos 5° milhões de americanos. O próprio Zimmer disse na internet que pediria uma bateria de exames clínicos na sua próxima consulta médica. "E não seria o primeiro", alegou. Com o Toxoplasma gondii turbinado pelo alto consumo de carne crua, a Hungria tem 58,9% da população infectada, índice estratosférico para os padrões sanitários da Europa. Ele é muito comum na Argentina, a terra do bife malpassado: está em 52,7%, Na França, onde a população foi considerada por Lafferty "bastante neurótica", a infestação chega a 45%. Na Austrália, cai a ?   praias, em busca de caramujos frescos.
França, onde a população foi considerada por Lafferty "bastante neurótica", a infestação chega a 45%. Na Austrália, cai a 28%. Na Coréia do Sul, não vai além de 4,3%. O clima tropical o favorece. E o aquecimento global tem tudo para transformá-Ia num parasita decididamente cosmopolita. Mas em geral ele se dá melhor nos países pobres. Concentrações urbanas sem saneamento básico o estimulam. E onde viceja a promiscuidade entre gente, gato e rato, o Toxoplasma gondii encontra o mundo que pediu a Deus.
Somente dois países superam 60% na lista de Lafferty. Um deles é a Iugoslávia, que se desintegrou na guerra civil dos anos 9°, mas ainda consta do relatório com 66,8%. O outro é o Brasil, campeão mundial de Toxoplasma gondii, com 66,9%' O que isso quer dizer? Provavelmente, não muita coisa. Deve ser um índice a mais, como tantos que pululam nas pesquisas de opinião pública. 

 Matéria publicada em 2006 pela revista Piauí