Mostrando postagens com marcador Reflexão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reflexão. Mostrar todas as postagens

14 de dezembro de 2012

A MINHA CLARICE LISPECTOR NÃO CANTA MICHEL TELÓ


A internet proporciona possibilidades, entre elas, conhecer pessoas que possuam os mesmos gostos por determinada arte, por exemplo, o meu caso, a literatura. É claro que na nossa vida fora da rede isso também acontece, porém a internet, se bem usada, pode ser um facilitador de conhecimento. Digite seu livro preferido no Google e veja o que acontece.  

Porém, como toda história, se há muitas possibilidades fáceis de chegar ao conhecimento, esse caminho pode ser recheado de aprendizados falsos, ou pior: de pedras falsas que, infelizmente, a maioria saboreia como a última bolacha do pacote. Vamos a um exemplo: Clarice Lispector, a escritora mais falsificada nas redes sociais ao ponto de ao verem o nome dela creditando alguma frase ruim, a expressão seja algo como tomar um café temperado com sal.
Eu quero escrever em letras grandes, eu quero colar outdoors na cidade inteira para dizer: essa sua frase de auto-ajuda não é Clarice Lispector! A Clarice Lispector nunca disse essa tosquice sobre amizade, amor e ser feliz!
E eu quero repetir um milhão de vezes adicionando palavrões diferentes a essas minhas frases revoltadas, mas corro o risco de, ao final, receber como resposta a frase “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena – Clarisse Vispector”.
Posso chorar? Posso chorar muito como uma criança que foi ao supermercado e pediu a sua mãe o melhor chocolate do mundo e recebeu uma jaca?
O mundo é lindo, mas também é essa merda presente todos os dias (essa frase poderia ser de Charles Bukowski, mas é minha mesmo). Nós, que apreciamos LITERATURA e não frases, LIVROS BENS ESCRITOS e não frases, CITAÇÕES FORMAIS e não frases, sofremos demais com essa disseminação falsa do que é a literatura. E lamento também por todos os outros escritores que sofrem com isso: Caio Fernando Abreu, Shakespeare, Luis Fernando Veríssimo, Virginia Woolf, etc, etc, etc.
Quem são os compartilhadores de frases falsas? O que eles representam? Para onde vão? O que fazem? As respostas são fáceis, pois tenho certeza que ao ler essas perguntas você imaginou avatares de colegas seus de Facebook, Twitter e similares. É, são eles e vários sites e blogs.
Vinicius Linné, escritor, professor e mestre em literatura, registrou o seu desabafo no Papo Literário sobre o que foi feito com o nome Clarice Lispector, a profética (e você já vai entender porquê):
Eu já presenciei no Face uma página da “Clarisse Linspector” recebendo comentários voltados à autora. Como se ela estivesse toda viva e lépida mantendo aquele perfil – com o nome errado – e escrevendo baboseiras sem tamanho. 
Pobre Clarice… Profética Clarice
“Acordei com um pesadelo terrível: sonhei que ia para fora do Brasil (vou mesmo em agosto) e quando voltava ficava sabendo que muita gente tinha escrito coisas e assinava embaixo meu nome. Eu reclamava, dizia que não era eu, e ninguém acreditava, e riam de mim. Aí não aguentei e acordei. Eu estava tão nervosa e elétrica e cansada que quebrei um copo”. {Clarice Lispector em carta escrita a uma amiga 3 anos antes de sua morte}
Pior de tudo é que você que realmente conhece e estuda o trabalho do Caio [Fernando Abreu] ou da Clarice – como é o caso da minha dissertação de mestrado – acaba passando por farinha do mesmo saco dessa gente que nunca leu um livro deles na vida e só fica compartilhando frase falsa. Aí você comenta que o seu trabalho é sobre a Lispector e ouve de volta “Ai, eu também adoro as frases que a ClariSSE coloca no Facebook.”
É de matar.
Clarice Lispector tinha uma escrita peculiar, diferente, original e difícil, quem já leu – atentamente – alguns livros dela, é capaz de reconhecer o texto escrito por um dos maiores nomes da literatura. É como saber que aquela sua amiga tão elegante e fina jamais cantaria uma música de Michel Teló. As redes sociais fazem Clarice Lispector cantar Michel Teló.
Essa massa compartilhadora de frases nas redes sociais nunca leu, de fato, o livro onde contém a tal frase. Compartilha porque é legal, é fácil e porque quer parece cool. Um reflexo do quanto nossa sociedade é alimentada por superficialidades.
Eu desconfio das frases óbvias, simples e fáceis demais, elas não representam a literatura, tampouco Clarice Lispector. Eu desconfio de frases sem referências e fora de contexto. Só acredito em frases compartilhadas por pessoas que conheço muito bem ou se conter o livro de onde a frase foi retirada, a página, editora e ano de publicação. Se não for, é mentira, e eu não quero fazer parte dessa estupidez com a imagem da literatura, minha arte preferida, onde a Clarice Lispector canta o melhor da música erudita.



Posted by Francine Ramos 

3 de setembro de 2012

Você tem que abandonar esse círculo vicioso





A infelicidade pode lhe dar muitas coisas que a felicidade não pode. Na verdade, a felicidade tira muitas coisas de você. Ela tira tudo o que você sempre foi, tudo o que sempre teve, a felicidade destrói você!
A infelicidade alimenta sua personalidade, enquanto a felicidade é basicamente um estado de ausência de personalidade. Este é o problema, o verdadeiro dilema. É por isso que as pessoas acham tão difícil ser feliz.
Esta é a razão pela qual quase todo mundo optou por viver na infelicidade. Isso gera um ego muito inflexível.
Se isso for compreendido, tudo se torna claro. A infelicidade o torna especial. A felicidade é um fenômeno universal, não há nada de especial nela. As árvores são felizes, os animais são felizes — toda a existência é feliz, exceto a humana.
Sendo infeliz, o homem se torna muito especial, extraordinário. A infelicidade atrai a atenção das pessoas. Sempre que está infeliz você é alvo de demonstrações de afeto, carinho e amor. Todos cuidam de você.
Quem quer ferir uma pessoa infeliz? Quem tem inveja de uma pessoa infeliz? Quem quer se opor a uma pessoa infeliz? Isso seria muito baixo, vil. Há um grande investimento na infelicidade.
Se a esposa não estiver infeliz, o marido tende a esquecer-se dela. Se ela estiver infeliz, o marido não pode deixar de cuidar dela. Se o marido estiver infeliz, toda a família, a esposa, as crianças se aproximam dele, se preocupam com ele — e isso lhe traz um grande conforto. A pessoa sente que não está sozinha, que pode contar com a família e os amigos.
Quando você está doente, deprimido, infeliz, os amigos vêm visitá-lo e consolá-lo. Mas quando você está realmente feliz, os mesmos amigos tornam-se invejosos e o mundo se volta contra você.
Ninguém gosta de uma pessoa feliz porque ela é uma espécie de “afronta” à infelicidade alheia. As outras pessoas não perdoam e começam a pensar coisas do tipo: “Como se atreve a ser feliz quando estamos mergulhados em tamanha infelicidade, ainda rastejando na escuridão, na infelicidade e no inferno?”
E, naturalmente, como o mundo é feito de pessoas infelizes, ninguém é corajoso o bastante para suportar a humanidade torcendo contra. É perigoso e arriscado. Melhor agarrar-se à infelicidade — ela o mantém como parte da multidão.
Feliz, você é apenas um indivíduo. Infeliz, você faz parte de uma multidão: americano, europeu, latino, árabe, japonês.
Feliz? Você sabe o que é a felicidade? Ela é de origem hindu, cristã ou muçulmana? A felicidade é simplesmente a felicidade. A pessoa é transportada para outro mundo, bem distante daquele que a mente humana criou. Ela não está ligada ao passado nem à nossa triste história. A pessoa feliz, na verdade, não pertence a tempo algum. O êxtase faz o tempo e o espaço desaparecerem.
Albert Einstein disse que os cientistas costumavam pensar que havia duas realidades: o espaço e o tempo. Mas ele descobriu que essas duas realidades são faces de uma mesma realidade, daí a expressão espaço-tempo, criada por Einstein para definir a noção de que o tempo nada mais é do que uma quarta dimensão do espaço.
Einstein não era um místico; se fosse, teria introduzido também a terceira realidade – a realidade transcendental, que não é nem espaço nem tempo e que eu chamo de “testemunha”. Uma vez que essas três coisas estejam presentes, você encontra a trindade, ou trimurti, palavra em hindi que significa as três faces de Deus. Então você possui as quatro dimensões: as três do espaço e mais uma que representa o tempo.
Mas há algo mais que não pode ser chamado de quinta dimensão porque é o todo, o transcendental. Quando você está vivenciando o êxtase, começa a mover-se em direção ao que é transcendental. Não é algo social nem tradicional. Não tem absolutamente nada a ver com a mente humana.
Apenas observe sua infelicidade e você estará apto a descobrir as razões de sua tristeza. Olhe para aqueles momentos em que você se permite estar alegre e perceba a diferença.
Elas são poucas, mas quando você é infeliz é também um conformista. A sociedade adora esse lado seu, as pessoas o respeitam, você é tão considerado que pode até mesmo se tornar um santo.
Até porque os santos são pessoas infelizes e miseráveis, verdadeiros casos patológicos. A infelicidade está grafada em letras garrafais em seus rostos e em seus olhos.
Por serem infelizes, os santos condenam todas as formas de prazer, a alegria e cada possibilidade de felicidade como sendo pecado. São infelizes e, no fundo, querem que todo mundo seja igualmente infeliz e miserável.
De fato, somente em um mundo infeliz esse tipo de pessoa pode ser considerado um santo. Em um mundo feliz seria internado, tratado como louco. Eu vi muitos santos e tenho observado a vida dos santos do passado. Quase todos são anormais, neuróticos ou psicóticos. Mas foram respeitados por sua infelicidade, lembre-se disto.
Os grandes santos se impunham longos períodos de jejum apenas para torturar-se, o que não é muito inteligente. Durante a primeira semana, jejuar é difícil. Na segunda semana torna-se fácil; na terceira semana comer vira um sofrimento, e lá pela quarta semana você já se esqueceu completamente do assunto.
Como o corpo gosta de queimar suas reservas, você se sente menos pesado e toda a energia que normalmente é usada para a digestão se torna disponível para a mente. Resultado: você consegue se concentrar mais e acaba se esquecendo do corpo e de suas necessidades. Esse tipo de auto-sacrifício só serve para criar pessoas miseráveis e uma sociedade infeliz.
Olhe para sua própria infelicidade e observe que certas coisas fundamentais estão presentes. Primeiro, é algo que lhe traz respeito. As pessoas ficam mais simpáticas e atenciosas. Você terá mais amigos se for infeliz, o que é muito estranho. Se você insistir em ser feliz, vai virar alvo de muita inveja e as pessoas não serão nada amigáveis. Elas se sentirão enganadas: você possui algo que não está ao alcance delas.
Assim, através dos tempos, aprendemos um mecanismo sutil: reprimir a felicidade e expressar a infelicidade transformou-se em nossa segunda natureza. Você tem que abandonar esse círculo vicioso e aprender o caminho da felicidade.
É preciso respeitar quem optou pela felicidade, mas não sinta pena das pessoas infelizes. Ajude-as, sem valorizar a infelicidade. Deixe muito claro que se trata de um sentimento ruim, que não contribui em nada com o restante da humanidade.
Seja feliz e ajude as pessoas a compreenderem que a felicidade é o objetivo da vida — satchitanand. Esta palavra, segundo os místicos orientais, reúne as três qualidades de Deus: sat (ele é a verdade), chit (consciência, percepção) e, finalmente,anand (a característica mais elevada, o êxtase).
Deus sempre está presente onde há êxtase. Sempre que você encontrar uma pessoa cheia de sentimentos intensos, respeite-a, pois se trata de um santo.
E onde quer que você encontre um grupo de pessoas festivas, plenas de êxtase,considere esse lugar sagrado.
Osho, em “Uma Farmácia Para a Alma”

17 de agosto de 2012

Amem...





.

Você tem de tornar seu amor mais como uma oração, você tem de tornar seu sexo mais amoroso. Pouco a pouco, o sexo tem de ser transformado numa atividade sagrada. Ele tem de ser elevado. Em vez de o sexo puxá-lo para baixo, para o lodo da humanidade, você pode puxar o sexo para cima.
A mesma energia que o puxa para baixo pode puxá-lo para cima, e a mesma energia pode dar-lhe asas. Ela tem um tremendo poder. Certamente, é a coisa mais poderosa do mundo, porque toda a vida surge dela. Se ela pode dar nascimento a uma criança, a uma nova vida, se ela pode trazer uma nova vida para a existência, você bem pode imaginar o seu potencial: ela pode lhe trazer uma nova vida também. Assim como ela pode trazer uma nova criança para o mundo, ela pode dar-lhe um novo nascimento.
E é isso que Jesus quer dizer quando assim fala a Nicodemus: “A menos que você nasça novamente, você não poderá entrar no meu reino de Deus” — a menos que você renasça, a menos que você seja capaz de dar nascimento a si mesmo, uma nova visão, uma nova qualidade para suas energias, uma nova afinação para seu instrumento. Seu instrumento contém grande música, mas você precisa aprender a tocá-lo.
O sexo tem que se tornar uma grande arte meditativa. Essa é a contribuição do tantra para o mundo. A contribuição do tantra é máxima, porque ele lhe dá chaves para transformar o mais baixo no mais alto. Ele lhe dá chaves para transformar a lama em lótus.
Trata-se de uma das maiores ciências que já surgiram, mas por causa dos moralistas e dos puritanos, e das pessoas chamadas de religiosas, não se permitiu que o tantra ajudasse as pessoas. Suas escrituras foram queimadas, milhares de mestres tântricos foram mortos, queimados vivos. Toda a tradição quase inteiramente destruída, pessoas forçadas a se esconder.
Outro dia eu recebi uma carta de saniássins meus, dos Estados Unidos, dizendo que as pessoas de Gurdjieff são tão perseguidas pelo governo que elas decidiram se ocultar. Eles me escreveram: “Estamos achando que, mais cedo ou mais tarde, isso vai acontecer conosco. Devemos começar a nos preparar de modo que, caso venha a acontecer conosco, nós também possamos começar a trabalhar de urna maneira oculta?”
É possível, porque tem sido sempre assim. O trabalho de Gurdjieff também consiste em transformar a energia sexual numa integração interior — a igreja organizada está sempre contra qualquer esforço desse tipo.
Meu trabalho é impedido de todas as maneiras, meu povo é apoquentado de diferentes maneiras. Há alguns dias, o parlamento indiano discutiu, por uma hora, o que deveria ser feito comigo — como se este país não tivesse nenhum outro problema para ser discutido. Tanto medo!
E eu não estou fazendo nenhum mal a ninguém! Eu nem sequer saio para o lado de fora do portão! E, pelo menos, este tanto de liberdade é direito de nascimento de todo mundo. Se alguém quer vir a mim e quer se transformar, não é da alçada de ninguém interferir. Eu não vou até as pessoas. Se as pessoas vêm a mim e querem ser transformadas…
Que tipo de democracia é esta? Mas políticos e sacerdotes estúpidos têm estado sempre em conluio. Eles não querem que as pessoas se transformem, porque uma pessoa transformada deixa de estar sob a dominação deles. Pessoas transformadas tornam-se independentes, livres; pessoas transformadas tornam-se tão alertas e tão inteligentes que podem identificar todos os jogos dos políticos e dos sacerdotes.
Então, elas não são mais seguidoras de ninguém. Elas começam a viver uma vida completamente nova — não a vida da multidão, mas a vida do indivíduo. Elas se tornam leões; deixam de ser ovelhas.
os políticos e os sacerdotes estão interessados em que cada ser humano permaneça uma ovelha. Somente assim eles podem ser pastores, líderes, grandes líderes. Pessoas medíocres e estúpidas fingindo-se de grandes líderes! Mas isso só é possível quando toda a humanidade permanece num grau muito baixo de inteligência, quando ela é mantida reprimida.
Até agora só dois experimentos foram feitos. Um foi a indulgência, que fracassou e que está sendo tentada novamente no Ocidente e vai fracassar novamente, fracassar completamente. O outro foi a renúncia, uma tentativa do Oriente e, também, do cristianismo no Ocidente. Também fracassou, fracassou completamente.
Um novo experimento é necessário, urgentemente necessário. O homem está vivendo num grande torvelinho, numa grande confusão. Aonde ir? O que fazer consigo mesmo? Eu não estou dizendo para renunciar ao sexo; estou dizendo para transformá-lo. Ele não precisa permanecer simplesmente biológico: traga alguma espiritualidade para ele.
Enquanto estiver fazendo amor, medite também. Enquanto estiver fazendo amor, mantenha-se num estado devocional. O amor não deve ser apenas um ato físico;derrame sua alma nele. Então, lenta, lentamente, a dor começa a desaparecer e a energia contida na dor é liberada e torna-se cada vez mais uma bem-aventurança. Então, a agonia é transformada em êxtase.
Você diz: “Eu me apaixonei e sofri demais“. Você é abençoada. As pessoas realmente pobres são aquelas que nunca se apaixonaram e nunca sofreram. Elas, absolutamente, não viveram. Apaixonar-se e sofrer no amor é bom. É passar pelo fogo; purifica, lhe dáinsights, torna-o mais alerta. Esse é o desafio a ser aceito. Aqueles que não aceitam esse desafio permanecem fracos.
Você diz: “Eu me apaixonei e sofri demais. Depois de ouvi-lo, eu me senti sem vontade de deixar o sonho continuar, pois meu caso de amor no final, não conduzirá à satisfação“. Eu não estou dizendo para abandonar seu amor; estou simplesmente expondo um fato: que ele não lhe trará o contentamento definitivo.
Não está em minhas mãos transformar a natureza das coisas. Estou simplesmentedeclarando um fato. Se estivesse em minhas mãos, eu gostaria que você conseguisse o contentamento definitivo no amor. Mas isso não acontece. O que podemos fazer? Dois mais dois são quatro.
É uma lei fundamental da vida que o amor o leve a insatisfações cada vez mais profundas. No final, o amor o leva a tal descontentamento que você começa a ansiar pelo derradeiro amado, Deus, você começa a buscar pelo derradeiro caso de amor.
sânias é um caso de amor derradeiro, é a busca por Deus, a busca pela verdade. Ele só é possível quando você já fracassou muitas vezes, amou e sofreu, e cada sofrimento lhe trouxe cada vez mais e mais consciência, cada vez mais e mais compreensão.
Um dia vem o reconhecimento de que o amor pode lhe dar alguns vislumbres — e esses vislumbres são bons, e esses vislumbres são vislumbres de Deus —, mas ele só pode lhe dar vislumbres. Mais não é possível. Mas isso também já é muito: sem esses vislumbres, você nunca irá procurar nem irá buscar Deus.
Aqueles que não amaram e sofreram nunca se tornaram buscadores de Deus — eles não podem, eles não conseguiram essa riqueza, não se tornaram merecedores dela. É um direito exclusivo do amante, um dia, começar a buscar pelo derradeiro amado.
Ame, e ame mais profundamente. Sofra, e sofra mais profundamente. Ame e sofra totalmente, porque é assim que o ouro impuro passa pelo fogo e se torna ouro puro.
Eu não estou lhe dizendo para fugir dos seus casos de amor. Vá fundo neles. Eu ajudo meus saniássins a entrarem no amor porque eu sei que o amor, no final, fracassa.
E a menos que eles saibam por experiência própria que o amor, no final, fracassa, a busca por Deus permanecerá falsa.
Osho, em “Vida, Amor e Riso”

10 de maio de 2012

As lições da ciência





Quando eu debatia em comunidades online onde haviam embates homéricos entre céticos e espiritualistas, acabava por confundir a ambos quando tocava em assuntos científicos. Para os últimos, a ciência geralmente não despertava muito interesse, pois raramente a analisavam sob o ponto de vista espiritual; Para os primeiros, era tão estranho que um espiritualista estivesse citando Carl Sagan e Richard Feynman, que alguns pensavam se tratar de um cientista “brincando” de ser espiritualista – um “místico fake”. Obviamente, eles estavam mesmo confusos...

Podem nunca haver lhe contado na escola, mas nem sempre a espiritualidade esteve dissociada da ciência. Porém, nesta ciência de hoje, interpretada apenas como um conhecimento estritamente objetivo da realidade detectável, apenas um método sem nenhuma relação com qualquer espécie de ideologia ou filosofia, restou muito pouco da ciência antiga, a filosofia da Natureza, o conhecimento da physis.

Os sábios antigos chamavam Natureza à realidade primeira e fundamental de todas as coisas, a essência em torno da qual gira tudo o que é transitório: “A noite segue o dia. As estações do ano sucedem-se uma à outra. As plantas e os animais nascem, crescem e morrem. Diante desse espetáculo cotidiano da natureza, o homem manifesta sentimentos variados – medo, resignação, incompreensão, admiração e perplexidade. E são precisamente esses sentimentos que acabam por levá-lo à filosofia. O espanto inicial traduz-se em perguntas intrigantes: O que é essa physis, que apresenta tantas variações? Ela possui uma ordem ou é um caos sem nexo?”.

Eis que os cientistas nem sempre foram chamados de doutores. Também já atenderam por naturalistas, filósofos, sábios, alquimistas, astrólogos, druidas, ocultistas, etc. Portanto, imaginar que a vivência da ciência moderna deveria estar totalmente desconexa da espiritualidade é, antes de tudo, uma ignorância da história do pensamento humano. Uma ignorância de tantos e tantos que vieram antes de nós, e fizeram as mesmas perguntas ao céu noturno salpicado de estrelas. E, como o Cosmos não respondeu de volta tal qual um deus lendário, foram obrigados a arregaçar suas mangas e buscar pelas respostas eles mesmos. É precisamente da atitude desses cientistas – os de outrora e os de hoje – que podemos tirar preciosas lições:

Continue lendo...  clic aqui

7 de maio de 2012

Eclipses Conscienciais



Luz e sombra são somente matérias-primas.


.

Mestres magos transformam-nas em obras de arte.

Magos negros induzem-nos ao erro.




(Nayre)



Rashad Alakbarov é um artista do Azerbaijão que utiliza a cor e as sombras de objetos para criar a sua arte.


Licença Creative Commons
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em esoterologia.blogspot.com.br.