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27 de março de 2020

Texto Maravilhoso -- Clonado do Sincronário da Paz

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COVID-19: Uma breve análise sobre os padrões de pensamento, a história das epidemias e o futuro da humanidade


“A Hipótese de Gaia, de James Lovelock, também denominada hipótese biogeoquímica, é uma hipótese da ecologia profunda que propõe que a biosfera e os componentes físicos da Terra (atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera) são intimamente integrados de modo a formar um complexo sistema interagente que mantém as condições climáticas e biogeoquímicas preferivelmente em homeostase.”
“A homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo.”
Alguns questionamentos:
  1. Seria o vírus COVID-19 parte de um processo homeostático, um anticorpo de Gaia?
  2. Será que o planeta como um todo está com febre? Doente?
  3. Precisa ser medicado?
  4. Quem são os parasitas?
  5. Como medicar?
  6. O que consome o planeta?
  7. Quem vai pensar por esse corpo?
  8. Se for um sistema homeostásico de Gaia, haverá outros vírus após a cura do COVID-19 ser alcançada?
Seguindo o conceito de Noosfera criado por Teilhard de Chardin e Vladimir Vernadsky, por sermos a única espécie a ter consciência auto reflexiva, nós, seres humanos, somos a rede neural no planeta, nossos padrões de pensamento moldam o mundo.
A Noosfera pode ser vista como a “esfera do pensamento humano”, sendo uma definição derivada da palavra grega νους (nous, “mente”) em um sentido semelhante à atmosfera e biosfera.
Noosfericamente, o que estamos criando?
Desde a revolução industrial, temos mudado radicalmente a vida no planeta Terra. Nos últimos 60 anos aumentamos a população humana de 2,5 bilhões para 7,2 bilhões. Além disso, o estilo de vida mudou radicalmente.
Nos anos 50, o estilo de vida era basicamente agrícola e em pequenas cidades. Nos dias atuais, o estilo de vida é industrial e tecnológico, e extremamente nocivo à biosfera.
Estima-se que 84% da população mundial vive em áreas urbanas. No Brasil, 57% da população (114 milhões de pessoas) vive em apenas 6% (vinte e duas) das cidades dos país.
Analisando as principais epidemias que assolaram a humanidade ao longo da história, é possível perceber uma relação muito estreita com a forma de pensamento predominante da época e seus efeitos secundários.
Por exemplo, a peste bubônica, atingiu a Europa por volta do ano 1350 e matou cerca de um terço da população. Esse período era o clímax do período medieval que durou 10 séculos, o período mais obscuro da história, conhecido como a idade das trevas. Nesse período o pensamento humano era aterrorizante. A santa inquisição teve seu inicio e durou 588 anos.
Em 1452 o Papa Nicolau V emitiu um edital conhecido como “a doutrina do descobrimento”. Esse documento estabelece que, se qualquer cristão descobre uma terra ou um território habitado por um não-cristão, ele tem o direito de expulsá-los naturalmente e tomar posse da sua terra.
A partir do ano 1492, predominava o pensamento da conquista. Houve invasões e conquistas por todo o mundo. Esse padrão de pensamento gerou o genocídio mais horroroso da história e a cultura de escravidão dos povos aborígenes. Nesse período, espalharam-se doenças que mataram tantas pessoas a ponto de possivelmente alterar o clima mundial.
Um estudo feito por cientistas da University College of London, no Reino Unido, descobriu que a expansão europeia viu a população da região cair de 60 milhões de pessoas (cerca de 10% da população mundial na época) para apenas 5 ou 6 milhões, em cem anos. O maior assassino foi a varíola. Outras doenças mortais incluíam sarampo, gripe, peste bubônica, malária, difteria, tifo e cólera.
Uma grande epidemia chegou ao norte da China em 1641, trazendo uma terrível quantidade de mortes. Em algumas áreas, de 20% a 40% da população morreu. O epicentro da crise foi a cidade de Pequim, que está a 1151 km da cidade origem do COVID-19, Wuhan.
Passaram-se 378 anos (7×52 + 14 (2×7)) desde que essa epidemia afundou a dinastia Ming e agora coloca em colapso a civilização global.
Na época, não só a praga atingiu a região como também uma longa seca e enxames de gafanhotos. Sem plantações nos campos, as pessoas não tinham comida, e há relatos de que algumas teriam começado a comer os corpos das vítimas do surto.
Considerando esses dados históricos e as teorias de Gaia e da Noosfera, e entendendo que tudo o que experimentamos é um reflexo secundário da forma como pensamos, acredito que não poderemos superar as crises sem analisar a cultura predominante como um todo.
Analisar o fato isoladamente é seguir às cegas em universo de possibilidades. Acredito que enquanto um estilo de vida imerso no inconsciente prevalecer, maior será o desastre, ou sempre haverá desastres.
A humanidade precisa se tornar consciente de que está no presente moldando o futuro. Estamos moldando o futuro através dos interesses que atualmente se reduzem ao futebol, a politica e a economia, e claro, ao ego humano, estética, marketing e materialismo.
A consciência é uma propriedade da natureza, é um lugar onde a inteligência e a genialidade coabitam. Isso significa viver de forma pacifica, cósmica, natural, orgânica, evolutiva, um reflexo da vida em sua verdadeira natureza.
Essa realidade está cada vez mais distante, e não é por acaso que as famílias estão empilhadas em prédios por todo o mundo.
A Lei do Tempo, descoberta em 1989 pelo dr. José Argüelles propõe o retorno ao tempo natural e aos ciclos naturais como fator de harmonização planetária.
Sem retornar ao tempo natural, jamais saberemos o que significa viver o verdadeiro potencial da natureza e do cosmos. Estamos imersos em um sistema mecânico que torna suas máquinas cada vez mais velozes para chegar simplesmente onde? Ao colapso?
Precisamos ter pressa? Estamos disputando algo? Você vai escapar do infinito?
Não existe disputa e ninguém escapa do infinito. Ao contrário da pressa, devemos chegar somente no momento presente, e nos tornarmos conscientes de que sim, o planeta é um corpo vivo, está com febre, nós estamos intoxicando suas células e destruindo a sua vida.
Consigo acordar?

28 de setembro de 2013

Anotações Sobre o Livro - Jung, Sincronicidade e Destino Humano

Pierre Teilhard de Chardin


        Na visão esquemática de Pierre Teilhard de Chardin, o processo de evolução avança através de uma sucessão de esferas que culminam na noosfera. Ele delimita um número de estágios sucessivos no processo evolutivo, aos quais também chama de "zonas" ou "esferas". Desta forma, Teilhard relaciona a barisfera, a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera, a estratosfera, a biosfera e, por fim, a noosfera. A característica primária destas esferas, dentro da perspectiva idealizada por Teilhard, e a sua relação com o surgimento da vida é com o desenvolvimento posterior desta no espírito humano. Por conseguinte, os primeiros estágios que ele descreve se referem à condição do universo antes de a vida ter evoluído. O surgimento da vida transporta a evolução do universo para um nível significativamente mais elevado.

         A biosfera na formulação de Teilhard contém todas as expressões da vida, tanto nas formas vegetais como nas animais. É neste nível, o nível da biosfera, que a espécie humana aparece, com ela, um fator de transformação radical entra na evolução do universo. A vida do ser humano gera a mente e, por fim, os produtos criativos do espírito. A partir destes, forma-se um reino ulterior que representa um nível de evolução qualitativamente superior. A noosfera, a esfera do espírito e do significado, abre-se agora diante de nós como a grande potencialidade da existência humana.

          A noosfera é a dimensão da realidade na qual se expressa a qualidade  especial da vida humana. A descrição que dela faz Teilhard é mais visionária e impressionista do que literal; ainda assim, a concepção que ele tem em mente é definida e rica em sugestões. Na visão Teilhardiana, a noosfera é uma camada da realidade, ou "invólucro", envolvendo a Terra como uma atmosfera. Trata-se de um invólucro em torno do material, mas ele mesmo não é material.  Pode-se concebê-lo como um composto de partículas de consciência humana; estas são, por assim dizer, centelhas que se erguem das experiências da psique humana. Deste modo, a noosfera não existia antes do surgimento do ser humano no cenário evolutivo.  Os conteúdos dela derivam da vida acumulativa do homem e são formados pelas experiências interiores da humanidade, em especial aquelas que ocorrem no nível profundo de consciência.  Neste sentido, o desenvolvimento da noosfera é uma emergência da vida humana e, particularmente, da evolução posterior do homem em termos da dimensão interior da existência.

          Visto que a noosfera, como a dimensão emergente do homem no processo de evolução, difere qualitativamente em seu conteúdo das esferas que a precedem, é possível deduzir que os princípios pelos quais ela pode ser compreendida e interpretada também sejam diferentes.  As leis de causa e efeito talvez sejam para se entender a operação daquelas leis que governam o funcionamento do universo nos estágios anteriores ao surgimento da vida. Estas leis causais, juntamente com os princípios da teleologia orgânica, podem ser suficientes, num nível posterior, para nos permitir compreender e interpretar os processos que atuam no nível do universo onde a vida vegetal e animal está presente, assim como no nível da biosfera. Mas alguma coisa mais se encontra presente na noosfera, e, se acompanharmos a concepção geral de Teilhard, há razões para inferir que é necessário um princípio interpretativo, além da causalidade e da teleologia orgânica para se entender a natureza dos eventos que ocorrem dentro dela.

            O próprio Teilhard, no entanto, não considerava importante a aplicação de princípios interpretativos a cada uma das esferas maiores por ele descritas; Jung, por sua vez, não reconhece a validade da concepção sistemática dos níveis de evolução esboçadas por Teilhard. Todavia, o confronto dos dois lhes acrescenta uma nova dimensão . De um lado a perspectiva Teilhardiana fornece uma estrutura na qual vemos o significado evolutivo mais amplo do conceito de sincronicidade. De outro, a própria concepção da noosfera implica na necessidade de um princípio especial que permita abranger os eventos que nela ocorrem. Teilhard, porém, não o fornece; sua descrição da noosfera revela-se basicamente intuitiva. de acordo com sua interpretação, resulta claro que o invólucro da noosfera é formado progressivamente por eventos individuais ocorridos dentro da psique no decorrer de experiências humanas.  Mas o próprio Teilhard não se preocupa em determinar que fatores no interior da psique criam os conteúdos da noosfera. Tampouco dá margem a saber que princípio interpretativo nos permitiria entender o modo de funcionamento interno da noosfera.
Dr. C.G.Jung

             A obra de Jung oferece hipóteses específicas que nos possibilita entender a natureza dos eventos com os quais se constrói a noosfera. De modo algum Jung previu esta função para sua ideia de sincronicidade, mas certamente uma das contribuições importantes desta consiste em completar a nova e crescente  visão do universo, exemplificada em autores como Teilhard de Chardin. É o que Jung faz de duas maneiras específicas. Na primeira, com sua teoria dos fatores arquetípicos que operam no interior da psique e particularmente com sua descrição das inúmeras forças e energias contidas no arquétipos, Jung fornece um método de compreensão da natureza das experiências humanas que formam a noosfera.  Na segunda, com o princípio interpretativo da sincronicidade, ele nos proporciona um meio concreto de explorar os caminhos sutis, pelos quais originando-se das profundezas da psique, eventos e percepções de significado especial são criados.

               Desta maneira recebemos de Jung duas hipóteses embrionárias com relação, primeiro, aos conteúdos e, segundo, ao princípio de operação na noosfera. Quando traduzimos a expressão cunhada por Teilhard em termos de seu significado mais geral e a vemos como a ponta de lança da evolução que emerge das experiências do espírito humano, a mútua cooperação de Jung e Teilhard de Chardin torna-se clara.  Ambos contribuem para a nova visão de mundo que vem tomando forma nesta geração. A visão teilhardiana de evolução espiritual expande a perspectiva de tempo e, dentro desse contexto, o princípio de sincronicidade tende a desempenhar um papel importante tanto como hipótese científica quanto como um meio de experiência na linha de frente da vida onde a evolução está se processando. 

 [Ira Progoff]