30 de julho de 2010

Sapatos Vermelhos




Essa história que vou contar agora aconteceu de verdade.
Todo mundo já teve um ídolo na adolescência e sonhava conhecer ou conversar com ele.
Eu tinha essa ligação invisível com as coisas de Rita Lee.
Vivia e ainda vivo tendo sonhos com ela, desde pequena, coisas de menina... E um deles ficou bem nítido na minha memória...
Sonhei que ela era minha mestra e eu a sua discípula (rs)... Isso foi bem numa época em que a Rita começou a se interessar por zen-budismo. Ano? 1999. Sonhei que andava em cima de um muro e a Rita me acompanhava de perto dizendo "isto, ande até o final do muro sem desequilibrar"... " isso... agora sua próxima missão é encontrar o par deste sapato vermelho aqui (mostrou) - que estava nas suas mãos - lá ... (não sei aonde)"...
A Rita Lee deve estar me gozando, pensei. E pensei também no sonho que ela estivesse me fazendo de boba, ou de escrava dela, fiquei braba. (rs). Acordei.

Um ano depois minha vó faleceu e viajei a Santos para a última despedida. No dia seguinte de seu enterro ganhei um sapato vermelho de minha mãe e minha irmã Soraya me convidou para ver a Exposição dos 500 anos do Brasil que estava acontecendo no Parque Ibirapuera. Era dia 08. 06. 00. Lembro que quando cheguei em SP estava meio nublado e fiquei pensando comigo no ônibus "bem que eu podia encontrar a Rita Lee hoje, aqui." E...Plim! O que houve então? Chegamos no Ibirapuera e antes de adentrarmos nos galpões das exposições tínhamos de passar por lojas de livros, cafés, lojas de artesanato e produtos esotéricos... Vamos entrar? Sim, disse para a minha irmã e advinhem quem? Quem era a dona da loja? Uma senhora que era a CARA da Rita Lee, só que eu a achei mais velha. Olhei para os meus sapatos vermelhos que acabara de estrear e não acreditei naquilo! A mulher da loja era a própria Rita Lee? Bem, isso na verdade é algo que até hoje fiquei na dúvida, rs. Depois vendo os objetos da loja resolvi comprar um harmonizador de ambientes de vidro em forma de estrela de 7 pontas. Daqueles se enche d'água e que espalham arco-íris pelos cantos da casa... E olhando para ela, eu disse "vou levar esse aqui, porque o número da Rita Lee é sete". Então essa senhora da loja me perguntou "como você sabe que o n° dela é sete?" - bem, cá pra nós, eu já tinha feito a numerologia do nome dela porque já tinha percebido uma estrela de sete pontas tatuada na sua mão... Contei do sonho, contei mil coisas... Que já tinha tocado no cotovelo dela numa sessão de autógrafos em Curitiba depois de um show no Guairão e sentido uma onda de energia muito vibrante depois, uma espécie de êxtase. Então a senhora me disse " sou a Virginia Lee, irmã da Rita". E disse que ficou arrepiada com o que eu havia contado... E advinhem onde ela me tocou quando entrei na loja? No meu cotovelo! E foi assim, no final contei que havíamos ido no Hotel Mabú naquela noite para deixarmos o material da nossa banda para ela ouvir (uma banda de rock de adolescentes da qual eu era a vocalista). Ela então disse que ia contar o acontecido a própria Rita... Seria ela mesma se fazendo passar pela irmã? Não sei... Nunca saberei na verdade ... Mas se foi ... Que doce cara-de-pau ... Doce e luxuosa atriz. Lembro de seus olhinhos azuis olhando pra nós.

Aliás ...  A Virginia Lee tem ou não tem olhos azuis? 

Ganhei até um abraço. : )

Ok! Saímos da loja ... Eu e a minha irmã - grávida na época.

Fomos então nos dirigindo para os galpões de exposição... Então vi duas coisinhas brilhando no chão... Olha, dois broches, alguém deixou cair... O que são? Peguei. Era um passarinho rosa e um peixinho amarelo pintadinhos num metal dourado (nem eram tão bonitos, pareciam de uma criança) . Minha irmã falou que foi a providência que havia me mandado aquele "sinal". Que bobagem, eu disse. Bobagem ou não... O fato é que uns anos depois fuçando na internet encontrei um texto da Rita Lee. Um conto infantil que ela bolou pra contar aos filhos dela antes de dormir quando eram pequenos... E adivinha o nome do conto? O Passarinho e o Peixinho... Juro que é verdade! Que uma pedra me esmague agora mesmo se for mentira. Quando voltamos da exposição tinha uma multidão em frente a loja da "Virginia" cantando Ovelha Negra e corria o buxicho que era ela, a Rita mesmo... Nem fiquei lá... Já tinha tido meu momento de glória rs.  Depois de um tempo que fui saber a simbologia do sapato vermelho no livro " Mulheres que Correm com os Lobos"  Da analista junguiana Clarissa Pinkola Estés.. Mas isso já é outra história...!
Enfim...

Deixo o conto da Rita Lee aqui pra quem quiser ler:



 O Passarinho e o Peixinho

           Era uma vez um peixinho que queria voar e um passarinho que queria nadar. Um dia se encontraram na beira do lago e ficaram comentando sobre suas vidas.

- "Chuva pra você não é problema, eu tenho que correr para um abrigo e proteger minhas asas dos pingos d´água senão ficam pesadas demais para voar".

- "Quando chove fica tudo embaçado aqui embaixo, não enxergo um palmo além do nariz e quando faz sol você pode voar até os mais altos prédios para ver o mundo lá das nuvens, enquanto eu fico aqui nadando entre os lixos que são jogados na minha casa"

- "Você ainda tem uma casa, e eu que durmo cada dia num galho de árvore! E por falar em lixo, você nem imagina o castigo que é respirar o monóxido de carbono dos automóveis. Aqui fora a vida é muito mais poluída e perigosa"

- "Mas você sempre pode voar para o campo onde o ar é puro, já eu não posso fugir para um rio limpinho. Ser passarinho tem suas vantagens, meu caro amigo"

- "Que nada, no campo sou alvo dos estilingues da molecada, se eu fosse um peixinho bastava dar um mergulho para fugir deles"

- "Os moleques me perseguem com outros truques. Um dia pensei que uma minhoca estava dando sopa mas era um anzol pontudo, consegui fugir mas fiquei com uma baita cicatriz na boca"

- "Certa vez também estava na cola de uma minhoca e fui abocanhado por um gato que me arrancou várias penas e com muito custo consegui escapar"

- "É verdade, isto nós dois temos em comum: gostamos de comer minhocas e os gatos gostam de nos comer, eu daria tudo para poder voar deles como você"

- "E eu daria tudo para poder nadar como você, gatos tem pavor de água"

Neste exato momento o passarinho e o peixinho viram uma minhoca apetitosa passeando tranquila na beiradinha do lago e a conversa deles mudou de enfoque diante de tamanha guloseima.

- "Olha só, porque você não dá um mergulho agora lá no fundo pra eu ficar observando cheio de inveja" sugeriu o passarinho.

- "Só se antes você voar bem alto para que eu poder apreciar seu magnífico vôo daqui" respondeu espertamente o peixinho.

Nesse vai e vem a minhoca foi parar pertinho de um gato malandro que estava ouvindo a conversa toda na moita. O susto foi tão grande que o peixinho e o passarinho fugiram da cena num segundo. Moral da história: Minhoca não nada nem voa, em compensação gato não come!


Rita Lee

15 de maio de 2010

Ação do Pensamento


" Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção."
(Emmanuel)



  Obsessão e desobsessão: escravização e libertação do pensamento. Ensinamento extraordinário legado à Humanidade.
  Escravização que está sendo analisada neste texto demonstra:
  __ a que ponto de subjugação pode chegar o ser humano, em gradações que vão desde a obsessão sutil até a possessão e o vampirismo;
  __ o ser humano auto flagelando-se mentalmente, até atingir a auto-obsessão, que abre campo para sintonias inferiores;
  __ o ser humano assolado pelo remorso, pela descrença ou pelo egoísmo, enclausurando-se no pensamento viciado, cujo centro é ele próprio, num processo de auto-destruição que o levará, após a desencarnação, persistindo o circuito mental viciado, a transubstanciar-se numa espécie de 'ovóide'.
  Libertação __ meta principal de todos nós. Escopo final do homem, que aspira a ser livre para sempre. E nesse ideal de liberdade julga erroneamente que irá encontrá-la em aventuras arriscadas e dispendiosas, sondando o cosmos, lançando-se ao espaço, na ânsia de conquistar o infinito.
  Não descobriu até hoje que o infinito está muito perto. Que o infinito é ele mesmo:   o ser imortal e eterno, cujas potencialidades maravilhosas jazem adormecidas e inexploradas, formando um microuniverso quase totalmente desconhecido.
  Há um universo em cada um de nós, aguardando ser descoberto, e guardando riquezas cósmicas que um dia nos tornarão "deuses".
  Na obra  Libertação de André Luiz, encontramos estas afirmativas que pela sua importância merecem ser mencionadas:
  "(...) o espírito humano lida com a razão há, precisamente, quarenta mil anos..."
  "(...) Há milhões de almas humanas que se não afastaram, ainda, da Crosta Terrestre, há mais de dez mil anos.   Morrem no corpo denso e renascem nele, qual acontece às árvores que brotam sempre, profundamente arraigadas ao solo.  Recapitulam, individual e coletivamente, lições multimilenárias, sem atinar com os dons celestiais de que são herdeiras, afastadas deliberadamente do santuário de si mesmas, no terreno movediço da egolatria inconsequente, agitando-se, de quando em quando, em guerras arrasadoras que atingem os dois planos, no impulso mal dirigido de libertação, através de crises inomináveis de fúria e sofrimento."
  Milhares de anos em que utilizamos o nosso pensamento para o mal, para a destruição. Milênios de dor e sofrimento. Séculos de experiências dolorosas. Nossa colheita tem sido de pranto, para que nas fontes do sentimento dilacerado pudéssemos mudar o rumo do pensamento envolvido no mal, preso ao jugo dos instintos inferiores.
  Pensamentos viciados. Mente subjulgada à escravidão das paixões. Caminhos que escolhemos por vontade própria. Deixamos passar as oportunidades de modificar o nosso clima mental e nos comprometemos cada vez mais com a retaguarda de sombras, que hoje nos está cobrando pesado ônus.
  Profundamente habituados a orientar erroneamente a direção do nosso pensamento, eis que surge o Espiritismo, como bênção de acréscimo da Misericórdia Divina, para nos libertar. A doutrina espírita veio desvendar o processo de nossa libertação, e demonstrar que a liberdade tem que ser conquistada com o empenho de todas as nossas energias e com o selo de nossa responsabilidade.
  Liberdade e responsabilidade. Para merecermos a primeira temos que assumir a segunda.
  Dos tormentosos processos obsessivos, o homem só se libertará quando entender o quanto é responsável pelo próprio tormento e pelos que inflingiu aos que hoje lhe batem às portas do coração, roubando a paz que julgava merecer.
  Os Benfeitores Espirituais têm trazido ensinamentos renovados sobre a importância de nossa atitude mental. Julgamos, entretanto, que mesmo nós, os espíritas, ainda não conseguimos avaliar o que representa o pensamento em nossa romagem de Espíritos imortais, encarnados ou não. A verdade é que refletimos pouco a esse respeito. Não damos o devido valor à necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos. E nisso reside todo o segredo, se assim podemos dizer, da existência humana.
  Na qualidade do pensamento que emitimos, que cultivamos e que recebemos dos outros, aceitando-os ou não, está o 'mistério' da saúde ou da doença, da paz ou do desequilíbrio.
  É sabido que o pensamento é mensurável, que é uma força eletromagnética, conforme ensina Emmanuel. Mas, estando cientes disto tudo, ainda assim não damos a devida importância à ação do pensamento.
  Ao conquistar o raciocínio, o homem adquiriu a consciência, a faculdade de estabelecer padrões morais. Ao tornar-se espírita, o ser humano teve a sua consciência clarificada pelos ensinamentos da Terceira Revelação, o que a torna plenamente lúcida, capaz de discernir com profundidade, de enxergar além dos limites físicos, vislumbrando o seu passado e antevendo o seu futuro. Jamais teve o homem tal clareza de raciocínio. Jamais a sua consciência se apresentou tão viva e atuante.  Mesmo não tendo cultura vasta, mesmo não sendo letrado, porque o discernimento independe de cursos.  A consciência do espírita acorda no homem a responsabilidade.
  Diante disto tudo, é muito importante direcionar o nosso pensamento. Não podemos permanecer indiferentes ante essa força que existe em nós, que expressa a nossa própria  essência.
   Somos responsáveis pela qualidade dos nossos pensamentos.  Não nos basta frenar atitudes menos dignas e permitir que nas asas do pensamento elas se realizem.  Não nos é suficiente disciplinar o nosso comportamento e trazer no íntimo o pensamento conturbado, ansiando pelas realizações que a consciência censurou.
   Cabe-nos disciplinar as emoções e os pensamentos que defluem delas. Mas essa disciplina deve ser fruto da compreensão.  Da certeza do que é realmente melhor. É preciso querer gostar de atuar no bem e consequentemente de pensar no bem e pensar bem.
   Essa é uma laboriosa conquista. É filha da reflexão, do amadurecimento interior. É filha da necessidade que todos temos de ser bons.  E ser bom é ter amor. O amor é a necessidade primeira do ser humano, é o seu alimento, o ar que respira, a vida que estua dentro dele.  Por isto é que sofremos tanto quando nos afastamos do amor. Estamos assim negando nós a nós mesmos e o propósito para o qual fomos feitos.
  
  O nosso pensamento estagiou por milênios em faixas primitivas. Aos poucos, fomos vagarosamente imprimindo-lhe nova direção. Os sucessivos aprendizados enriqueceram a nossa mente com experiências diversas e a nossa emissão mental se aprimorou.  Mesmo assim, demoramos a entender que o controle de nosso pensamento é de nossa exclusiva responsabilidade. E essa nova compreensão é decisiva em nosso destino.
  De acordo com o que pensamos serão as nossas companhias espirituiais e, parodiando a sentença popular, diremos: " Dize-me o que pensas e te direi com quem andas..."
  Pelo pensamento desceremos aos abismos ou chegaremos às estrelas.  Pelo pensamento nós nos tornamos escravos ou nos libertamos.
  A obsessão é, pois, o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores.
  Desobsessão, ao invés, é a mudança de direção do pensamento para rumos nobres e construtivos. É a mudança do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada.
  Essa mudança é uma questão de escolha. De seleção.
  E só se chega a tal estado, a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a Vontade.
  
  Profilaxia e Terapeutica Espíritas (Suely Schubert)

13 de maio de 2010

Ressonância Mórfica

Neste ensaio, dividido em três partes, o bioquímico Rupert Sheldrake expõe sua teoria dos campos e da ressonância mórfica. Investigando a “causa das formas”, Sheldrake propõe a existência de campos orientadores do modo de ser e evoluir de todas as coisas, dos corpos dos seres vivos aos hábitos comportamentais. Reinterpretando a concepção de inconsciente coletivo, o autor fala sobre a natureza da mente, os limites da consciência e o poder do pensamento. Na terceira parte do ensaio, discute-se a existência do “olho-do-mal”.

I. Memória, arquétipos e inconsciente coletivo

II. Campos Mórficos: sociedade, espírito e ritual

III. Extensão da mente, energia e consciência

5 de abril de 2010

Os 7 passos para a superação do controle do ego.


1. Pare de se sentir ofendido.
O comportamento de outras pessoas não é motivo para se sentir imobilizado.
Existe a ofensa apenas quando você se enfraquece.
Se procurar por situações que o aborreça, as encontrará em cada esquina.
É o ego no controle convencendo você que o mundo não deveria ser do jeito que é.
Mas é possível tornar-se um observador da vida e alinhar-se com o Espírito da Criação universal.
Não se alcança o poder da intenção sentindo-se ofendido.
Procure erradicar, de todas as formas possíveis, os horrores do mundo que emanam da identificação maciça do ego, e esteja em paz.
A paz está em Deus e você que é parte Dele só retorna ao lar em Sua paz.
O Ser está em Deus e você que é parte Dele só retorna ao lar em Sua paz.
Ficar ofendido cria o mesmo tipo de energia destrutiva que a princípio o feriu, e leva a agressão, ao contra-ataque e a guerra.

2. Abandone o querer vencer.
O ego adora nos dividir entre ganhadores e perdedores.
A busca pela vitória é a forma infalível de evitar o contato consciente com a intenção.
Por quê? Porque basicamente é impossível vencer sempre.
Algumas pessoas serão mais rápidas, mais sortudas, mais jovens, mais fortes e mais espertas que você e acabará se sentindo insignificante e sem valor diante delas.
Você não se resume as suas conquistas e vitórias.
Uma coisa é gostar de competir e se divertir num mundo onde vencer é tudo, mas não precisa ser assim em seus pensamentos.
Não há perdedores num mundo onde todos compartilham da mesma fonte de energia.
Só se pode afirmar que, em determinado dia, sua atuação esteve num certo nível comparada a outras.
Mas cada dia é diferente, com outros competidores e novas situações a serem consideradas.
Você continua sendo a infinita presença num corpo que está a cada dia ou a cada década, mais velho.
Pare com essa necessidade de vencer, não aceite o conceito de que o contrário de vencer é perder.
Esse é o medo do ego.
Se seu corpo não está respondendo de forma vencedora, não importa, significa que você não está se identificando unicamente com seu ego.
Seja um observador, perceba e aprecie tudo sem a necessidade de ganhar um troféu.
Esteja em paz e alinhe-se com a energia da intenção.
De forma inusitada, as vitórias aparecerão mais em seu caminho quanto menos as desejá-las.

3. Abandone o querer estar certo.
O ego é a raiz de muitos conflitos e desavenças porque o impulsiona julgar as pessoas como erradas.
Quando a pessoa é hostil, houve uma desconexão com o poder da intenção.
O Espírito de Criação é generoso, amoroso e receptivo; e livre de raiva, ressentimento ou amargura.
Cessar a necessidade de ter razão nas discussões e nos relacionamentos é como dizer ao ego:
"Não sou seu escravo.Quero me tornar generoso.Quero rejeitar a necessidade de ter razão.Dê a oportunidade de se sentir bem dizendo a outra pessoa que ela está certa, e agradeça-a por lhe direcionar ao caminho da verdade".
Ao deixar de querer ter razão, você fortalece a conexão com o poder da intenção.
Mas fique atento, pois o ego é um combatente determinado.
Tenho visto pessoas terminarem lindos relacionamentos por apego a necessidade de estarem certas.
Preste atenção à vontade controlada pelo ego.
Quando estiver no meio de uma discussão, pergunte a si mesmo; "Quero estar certo ou ser feliz?"
Ao optar por ser feliz, amoroso e predisposto espiritualmente, a conexão com a intenção se fortalecerá.
Esses momentos expandem novas conexões com o poder da intenção.
A Fonte universal começará a colaborar com você para uma vida criativa ao qual foi predestinado a viver.

4. Abandone o querer ser superior.
A verdadeira nobreza não é uma questão de ser melhor que os outros.
É uma questão de ser melhor ao que você era.
Concentre-se em seu crescimento, consciente de que ninguém neste planeta é melhor que ninguém.
Todos nós emanamos da mesma força de vida criadora.
Todos temos a missão de realizar nossa pretendida essência, tudo que precisamos para cumprir nosso destino está ao nosso alcance.
Mas nada é possível quando nos sentimos superiores aos outros.
É um velho ditado e, todavia, verdadeiro: somos todos iguais aos olhos de Deus.
Abandone a necessidade de sentir-se superior, perceba a expansão de Deus em cada um.
Não julgue as pessoas pelas aparências, conquistas, posses e outros índices do ego.
Ao projetar sentimentos de superioridade retorna a você sentimentos de ressentimentos e até hostilidade.
Esses sentimentos são veículos que os levam para longe da intenção.
A distinção sempre leva a comparações.
Baseia-se na falta vista no outro, e se mantém pela procura e ostentação das falhas percebidas.

5. Deixe de querer ter mais.
O mantra do ego é "mais".
Ele nunca está satisfeito.
Não importa o quanto conquistou ou conseguiu, o ego insiste que ainda não é o suficiente.
Ele põe você num estado perpétuo de busca e elimina a possibilidade de chegada.
Na realidade, você já está lá e a forma que opta para usar esse momento presente da vida é uma escolha.
Ao cessar essa necessidade por mais, as coisas que mais deseja começam a chegar até você.
Sem o apego da posse, fica mais fácil compartilhar com os outros.
Você percebe o pouco que precisa para estar satisfeito e em paz.
A Fonte universal é feliz nela mesma, expande-se e cria vida nova constantemente.
Nunca obstrui suas criações por razões egoístas.
Cria e deixa ir.
Ao cessar a necessidade do ego de ter mais, você se unifica com a Fonte.
Como um apreciador de tudo que aparece, aprende a lição poderosa de São Francisco de Assis:
"É dando que se recebe".
Ao permitir que a abundância lhe banhe, você se alinha com a Fonte e deixa essa energia fluir.

6. Abandone a idéia de você baseado em seus feitos.
É um conceito difícil quando se acredita que a pessoa é o que ela realiza.
Deus compõe todas as músicas.
Deus constrói todos os prédios.
Deus é a fonte de todas as realizações.
Posso ouvir os egos protestando em alto e bom som.
Mas, vá se afinizando com essa idéia.
Tudo emana da Fonte!
Você e a Fonte são um só! Você não é esse corpo ou os seus feitos.
Você é um observador.
Veja tudo ao seu redor e seja grato pelas habilidades acumuladas.
Todo crédito pertence ao poder da intenção, o qual lhe fez existir e do qual você é uma parte materializada.
Quanto menos atribuir a si mesmo suas realizações, mais conectado estará com as sete faces da intenção, mais livre será para realizar e muito aparecerá em seu caminho.
Quando nos apegamos às realizações e acreditamos que as conseguimos sozinhos abandonamos a paz e a gratidão à Fonte.

7. Deixe sua reputação de lado.
Sua reputação não está localizada em você.
Ela reside na mente dos outros.
Você não tem controle algum sobre isso.
Ao falar para 30 pessoas, terá 30 imagens.
Conectar-se com a intenção significa ouvir o coração e direcionar sua vida baseado no que a voz interior lhe diz.
Esse é o seu propósito aqui.
Ao preocupar-se demasiadamente em como está sendo visto pelos outros, mostra que seu eu está desconectado com a intenção e está sendo guiando pelas opiniões alheias.
É o seu ego no controle.
É uma ilusão que se levanta entre você e o poder da intenção.
Não há nada a fazer, a não ser que você se desconecte da fonte de poder convencido de que seu propósito é provar o quão poderoso e superior é, desperdiçando sua energia na tentativa de obter uma reputação maior entre outros egos.
Faça o que fizer, guie-se sempre pela voz interior conectada e seja grato à Fonte.
Atenha-se ao propósito, desapegue-se dos resultados e assuma a responsabilidade do que reside dentro de você: seu caráter.
Deixe os outros discutirem sobre a sua reputação, isso não interessa.

Wayne W. Dyer

30 de janeiro de 2010

Confidências

Fui diagnosticada por uma vidente na Casa das Pirâmides (escola telepática), a União Fraterna Universal UFU , quando adolescente, como uma Índigo Adulta. Seu Walter, o guardião da casa até brincava comigo, dizendo para os outros frequentadores da casa que eu era um ET. E para uma jovenzinha, esses e outros comentários eram motivo para que eu me sentisse um "estranho no ninho" desde cedo na minha vida.

Muitas histórias ditas "paranormais" aconteceram comigo desde a época em que eu tinha meus sete anos (que eu me lembre). Como fazer brotar pão na pele do meu braço. Algo que realmente nunca terá explicação.

E outros acontecimentos como telepatia, animismo e projeções astrais que quando eu tiver tempo e carinho, vou relatar a você aqui, se a espiritualidade superior assim o permitir.

No dia 5 de outubro de 2009 acordei às 4 horas da manhã com uma dor dilacerante no meu peito, algo como que se tivessem tirando a vida do meu filho... E o que é pior... Sem explicação! Não entendia o porquê daquilo estar acontecendo comigo de maneira tão pungente!
Estava em recolhimento meditacional naquele mês.
Um mês muito rico em oportunidades no plano espiritual, na aura da Terra aliás, de forma que como houve muita entrada de luz na nossa dimensão, a excitação de alguns causou um certo rebuliço no ar, e a solução para hipersensitivos como eu era o recolhimento e harmonização com os planos superiores.

Na manhã seguinte fiquei sabendo que, naquela madrugada de 05/10/09, no mesmo horário (entre 4 e 5 horas da manhã), um míssil  americano tinha atingido a camada Lunar e aberto uma cratera de 20 metros em seu corpo. No mesmo horário faleceu a cantora Mercedes Sosa, muito querida aqui em casa, dentre os nossos artistas preferidos.

Coincidência?
Ou será uma certa hipersensibilidade ao entorno?


Nayre.




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Baseado no trabalho em esoterologia.blogspot.com.br.

14 de janeiro de 2010

Essa Noite



A noite passada aconteceu uma coisa fantástica comigo...

       Fui ver o meu filho e resolvi dormir na casa de minha mãe.


Eu estava querendo intensamente que um certo alguém me ligasse e não parava de pensar nessa pessoa. A noite estava chuvosa e fria e meu quarto estava escuro, quase sem nenhuma luminosidade.

Adormeci por volta da meia-noite, já cansada do dia e ainda pensando nisso. Sentindo alguém no meu quarto, junto a mim (a mesma pessoa em quem eu estava pensando). Eu sentia o seu corpo junto ao meu, e apesar de estar um pouco escuro, deu para reconhecer seu rosto.

E sim, pude sentir verdadeiramente o calor de suas mãos nas minhas, e nossos beijos eram como se eu estivesse bebendo água de sua boca. Tudo, e todo o prazer que senti foi algo muito real e não me senti como estivesse sonhando, era ali, no meu quarto mesmo, a mesma pouca luminosidade igual.

Então, no meio de nossos carinhos e beijos, esse alguém me disse:

- Vou embora, está na hora de ir embora.

Eu assenti imediatamente e simplesmente abri os olhos.

Não foi como “acordar” de um sonho, foi só um retorno a um outro espaço de tempo e dimensão. Simples, como abrir os olhos depois de uma meditação.

Estava ‘toda molhada’, e com a boca cheia d’água em baixo da língua.

Meu corpo permaneceu com essa sensação maravilhosa por um bom tempo.

Levantei-me e comentei com o meu irmão o acontecido. Eu disse:

- Aconteceu uma coisa incrível comigo, fiz uma projeção astral consciente, foi tão real, eu estive com uma pessoa.

Então ele me disse:

Nossa! Até fiquei arrepiado agora.

Fui até a cozinha e olhei para o relógio – Eram 2: 00 h da manhã.

Ficamos duas horas fazendo amor no plano astral? Pensei comigo.

Depois disso, sentei-me na cama e fiquei mais duas horas sem dormir, absorta e entregue aos meus pensamentos...

Dormi novamente e acordei muito bem disposta.

Só sei que foi bom.


Nayre



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9 de janeiro de 2010

Os dois cães

Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos internos:


Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil.
Os dois estão sempre brigando.
Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio  parou, refletiu e respondeu:


"Aquele que eu mais alimentar".


link: Parábolas, Fábulas e Contos Antigos

29 de dezembro de 2009

(Um Segredo de Luna)




A extravagância
Do negro espelho,
esplendor de nossas águas
onde a lua reflete
Sem palavras
Aportas em silêncio
Conformada?
Toca-me a pele molhada
Calada, marcada, selada
E tua beleza prossegue submersa
Submissa
Acostumada a ser adorada
Pelos mortais iguais
Mas ainda apela pelo amor de um único santo
E múltiplos poetas
Sofres sozinha?
Ferida de negra e incurável melancolia?
Não creio que vagas submersa entre nuvens e florestas
Num mundo imaginário
Destaca-te do universo por ser única
E sei que lá no fundo não desprezas as estrelas
 (Que te enfeitam na noite em que brilhas!)


                                                   Nayre





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25 de dezembro de 2009

Androginia





O objetivo da homossexualidade é a desconstrução da família tradicional, com raízes no liberalismo teológico, no feminismo extremado e na espiritualidade do neo paganismo a que assistimos.
Hoje gostaria de ir um pouco mais longe nas marcas pagãs da nossa sociedade que têm ressuscitado um culto da androginia. Desde sempre, que o paganismo andou de mãos dadas com o sistema religioso andrógino.

Mel Gibson, na sua “Paixão”, retratou de forma genial a figura do diabo. Sibilino e escorregadio, insinuante e provocante... bonito. Bonito mesmo! E... andrógino. Aquela cena misteriosa quando o diabo leva ao colo e acarinha uma criança envelhecida, o que significará? Bem, primeiro o diabo não acarinha nada! Será a inocência perdida que ele carrega!? Será a criação por redimir, e que mais tarde é restaurada por aquela lágrima divina que irá despoletar todos os fenômenos naturais? Pode ser. Visto que quando o diabo grita alucinado e derrotado, já não tem nada ao colo. A putrefação da criação e da humanidade escaparam-lhe. Com a morte de Cristo tem início uma restauração cósmica que terá a sua apoteose nos novos céus e nova terra. Mas, mesmo aquele ser aberrante e abjeto, ao colo de satanás é um andrógino ontológico.

Já na época Suméria (1800 AC) havia sacerdotes andróginos associados ao culto da deusa Ishtar. A razão do seu culto era porque a deusa tinha “transformado a sua masculinidade em feminilidade”, e funcionavam numa posição ambígua entre o mito e a realidade.

Várias formas de androginia são encontradas na Síria e na Ásia Menor no 3º século AC, mas a sua expressão mais clara aparece durante o Império Romano. Está bem documentado que a Grande Mãe Cibele tinha sacerdotes andróginos chamados Galli que se castravam como ato de adoração permanente à deusa. Uma versão de Cibele encontra-se em Éfeso, onde Paulo fundou uma Igreja, sob o nome de Artémis. Na Síria a Cibele tem o nome de Rhea. Os ritos de iniciação para o culto a Cibele ou a Rhea, incluíam o batismo no sangue de um touro morto na arena. No fim da cerimônia por vezes os “poderes genitais” do touro eram oferecidos à mãe dos deuses. Mais uma prova da emasculação do macho diante da divindade feminina. Não há muitas dúvidas de que este ritual era uma reprodução do culto mítico egípcio a Isís, em que o irmão/amante Osíris é morto e o seu corpo cortado aos bocados. Isís, junta os pedaços do corpo do seu amante, exceto o pênis que é comido por caranguejos, e magicamente restaura-o à vida. Por outras palavras, mesmo na morte o macho ideal é emasculado, como os Galli em vida.

Há razões para acreditar que uma forma antiga de Gnosticismo, chamado Hermetismo, influenciou o Ocidente na Idade Média, revelando-se na espiritualidade mística da Alquimia. Assim, o alquimista espiritual transformou-se naquele que “sabe segredos”. Embora não houvesse nenhuma manifestação sexual explícita, o juntar dos opostos (fenômeno tão querido dos espiritualistas da Nova Era) era visto como um casamento sagrado, cujo fruto era a “pedra filosofal”. Por vezes o fruto aparece representado como um “filho da obra”, apresentando-se com o nome de Andrógino Hermético. Um ser autenticamente “dois-em-um”. No mínimo, haverá aqui uma androginização ritual.

A herança moderna da Alquimia é a Teosofia. A sua fundadora, Madame Blavatsky, mantinha uma relação lésbica dominadora com a sua sucessora Annie Besant. Aleister Crowley e Charles Leadbeater, notáveis homossexuais, continuaram a obra da fundadora iniciando a liga pagã da 'Ordem Hermética da Aurora Dourada' (uma  distorção da verdadeira Aurora Dourada que mencionam os rosacrucianos). As suas atividades eram abertamente uma propaganda da sua espiritualidade pagã.

Falta o espaço para mencionar variadíssimas manifestações de androginia nos cultos Africanos, com os “sacerdotes assexuados vestidos e comportando-se como mulheres”; nos feiticeiros da Amazônia; nos bruxos Celtas; e na espiritualidade Hindu, com o Yoga Tântrico. Mircea Eliade explica: “quando Shakti (uma divindade hindu), que dorme na forma duma serpente (kundalini), na base do seu corpo, é acordada por certas técnicas yogâmicas, ela mexe-se através das chakras (mediadores de energia) até ao topo da cabeça, onde habita Shiva (outra divindade hindu), e une-se a ele”. O praticante de yoga, por técnicas poderosas de meditação sexual/espiritual, é assim transformado num tipo de andrógino. Também no Budismo o verdadeiro humano, o arquétipo, é chamado bodhiasattva, e é andrógino.

É interessante notar que todos estes cultos pagãos têm em comum, para além da androginia, o comportamento levitacional, a auto mutilação, e a encarnação em animais. Também há uma habilidade na comunicação com o mortos. Emily Culpepper, ex-batista, agora uma bruxa lésbica pagã, diz o seguinte: “o poder das bruxas, das sibilas, e dos druidas, emerge da sua capacidade de comunicar com os não humanos: forças extraterrestres e subterrâneas, e com o mundo espírita dos mortos”.

São evidências sóbrias, as que enunciei. O paganismo da nossa sociedade vem vestido de sexualidade pagã. Dito doutra forma: a homossexualidade não será tanto uma questão biológica ou social, mas sim a expressão prática de espiritualidades pagãs tão velhas como o mundo. É cada vez mais evidente que um compromisso religioso vem acompanhado de uma prática sexual bem definida. (veja-se só o escândalo na América dos padres sem castidade)

Texto de apoio: “Tratado de História das Religiões, Mircea Eliade" - De Samuel Nunes.


31 de maio de 2009

Polarização Estacionária Recíproca

Procura, graças a seu estado de ser, cooperação. Ele (a) não pode prescindir disso. O Amor, que está acima de tudo e de todos, faz essa cooperação evidente. Ela pode relacionar-se tanto com a humanidade, como também com uma raça, com um povo, com um homem.
O Logos dispôs que a humanidade, se ela quiser produzir força, tenha de fazer uso, faça uso, da assim chamada "polarização estacionária recíproca", isto é, da cooperação entre homens e mulheres em perfeita igualdade de direitos, contanto que aí se leve em consideração a polarização recíproca.O que significa isso? Para isso tendes de saber que os veículos da personalidade masculina são polarizados de maneira diversa dos veículos da personalidade feminina. O corpo mental do homem é polarizado negativamente, o da mulher, positivamente. O corpo astral do homem é polarizado positivamente, o da mulher, negativamente. O corpo etérico do homem é polarizado negativamente, o da mulher, positivamente. O corpo material do homem é polarizado positivamente, o da mulher, negativamente. Isso acarreta a necessidade de campos distintos de manifestação para o homem e para a mulher. Exatamente por isso, portanto, por meio da polarização recíproca, cooperação e equilíbrio podem ser alcançados a serviço da sagrada Fraternidade.
Porque seu corpo mental é negativo, o homem é acessível a inspirações. Porque o corpo mental da mulher é positivo, portanto, irradiante, o entendimento feminino, em sua natureza, é mais sensato, porém também mais demarcado. O corpo astral do homem é extraordinariamente ígneo e dinâmico; o da mulher, receptivo e, com isso, aberto a influências. O corpo etérico do homem é aberto a influências; o da mulher, irradiante, criador, enquanto o contrário é novamente o caso no que concerne a ambos os corpos materiais – o do homem é irradiante, o da mulher, receptivo. Assim, em ambos o princípio irradiante é criador, e o princípio receptivo gerador. Devido ao corpo mental do homem que é negativo, ele é, na Gnosis, mais receptível à radiação do Espírito, que é positiva. Devido ao corpo mental positivo da mulher, ela é, na Gnosis, mais receptível à luz e à força da Alma, que são negativas. Por isso denomina-se o Espírito masculino e a Alma, feminina.A todo homem e a toda mulher é dado participar dessa grande cooperação na grande comunidade de almas. Mas isso tudo nada tem a ver com o casamento terreno e sua problemática.
De "As Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz" - Jan Van Rijckenborgh - Editora Rosa-Cruz.
Este testamento foi escrito originalmente por Johann Valentin Andreae que morou e atuou por volta de 1600, na pequena cidade de Calw, na Floresta Negra, Alemanha. Ele colocou em seus escritos grande riqueza interior, porém ele escreveu, evidentemente, para os que tinham um nível de consciência semelhante ao seu. Uma vez que Andreae era um gnóstico, é perfeitamente compreensível que apenas poucos de seus livros hajam sido interpretados de maneira correta, embora inúmeros os tenham lido e estudado diligentemente desde então. A chave do discernimento gnóstico (grau que o aluno só alcança com sacrifício, experiência, humildade e maturidade) é indispensável para tanto.

18 de maio de 2009

O perigo da Megalomania Espiritual

Estamos aqui diante de uma escala de fenômenos psíquicos que começa com formas relativamente inócuas, como a elevada opinião, não inteiramente justificada, que alguém tem de si mesmo, ou o desejo um tanto exagerado de seguir sua própria opinião. O segundo grau é francamente perigoso quando se manifesta nele um negativismo depreciativo em relação aos outros, com as faculdades de apreciação, da gratidão e da adoração concentradas em si mesmo. O terceiro grau constitui uma catástrofe raramente remediável; trata-se de obsessão ilustrada por ilusões facilmente reconhecíveis como tais - ou da megalomania pura e simples. Eis, pois, os principais graus de inflação: importância exagerada atribuída a si mesmo, complexo de superioridade de tendência obsessiva e megalomania. O primeiro grau indica tarefa prática para o trabalho sobre si mesmo; o segundo grau é provação séria, ao passo que o terceiro é a catástrofe...

(...) Ora, a inflação é o risco principal pelo qual passam todos aqueles que procuram a experiência da profundeza, a experiência do que é oculto, do que vive e age atrás da fachada dos fenômenos da consciência ordinária. A inflação constitui, portanto, o principal perigo e a maior prova dos ocultistas, dos esoteristas, dos magos, dos gnósticos e dos místicos. Sabem-no há muito os mosteiros e as ordens espirituais, com sua experiência milenar no domínio da vida profunda. É por isso que sua prática espiritual se baseia inteiramente na procura da humildade por meios como a prática da obediência, o exame de consciência, a confissão e o auxílio mútuo. Se Sabbatai Zevi (1625-1676) tivesse sido membro de uma ordem espiritual com disciplina semelhante a dos mosteiros cristãos, sua iluminação nunca o teria levado a se revelar (em 1684) a um grupo de discípulos como o Messias anunciado...

(...)Conheci, há 38 anos, um homem tranquilo, de idade madura, que ensinava inglês em Ymca, na capital de um país báltico. Certo dia revelou ele que atingira o estado espiritual que se manifesta pela ‘visão eterna’, e que é o da consciência da identidade do si mesmo com a Realidade eterna do mundo. O passado, o presente e o futuro – vistos do patamar da eternidade, onde sua consciência tinha sua morada- eram para ele um livro aberto. Ele não tinha mais problemas, não porque os tivesse resolvido, mas porque tinha atingido o estado de consciência no qual eles desaparecem, por terem perdido sua importância. Porque os problemas pertencem ao domínio do movimento no tempo e no espaço; quem transcende esse plano chega ao domínio da eternidade e da infinidade, no qual não há movimento nem mudança, está livre de problemas.Enquanto ele me falava dessas coisas, seus belos olhos azuis brilhavam de sinceridade e certeza. Mas essa luz foi substituída por uma aparência contrariada e aborrecida logo que levantei a questão do valor do ‘sentimento subjetivo da eternidade’, sem saber nem poder objetivamente fazer alguma coisa a mais para ajudar a humanidade, seja no seu progresso espiritual, seja em seu sofrimento espiritual, psíquico e corporal. Ele não me perdoou essa pergunta, e a última recordação dele neste mundo foram suas costas voltadas para mim (ele viajou para a Índia, onde pouco depois morreu vitimado por epidemia).Se narro este episódio de minha vida, caro Amigo Desconhecido, é para indicar-te quando e como o importante problema das formas e dos perigos da megalomania espiritual se apresentou a mim pela primeira vez. A megalomania espiritual é antiga como o mundo. A sua origem, segundo a tradição milenar concernente à queda de Lúcifer, se encontra acima do mundo terrestre. O profeta Ezequiel a descreve de modo impressionante:

‘Tu eras um modelo de perfeição,
cheio de sabedoria,
de beleza perfeita.
Estavas no Éden, jardim de Deus.
Engalanavas-te com toda sorte de pedras preciosas:
Rubi, topázio, diamante, crisólito, cornalina,
Jaspe, lazulita, turquesa, berilo;

de ouro eram feitos os teus pingentes
e as tuas lantejoulas.
Fiz de ti o querubim protetor de asas abertas;
estavas no monte santo de Deus e
movias-te por entre pedras de fogo...
O teu coração se exaltou com tua beleza.
Perverteste a tua sabedoria por causa do teu esplendor.
Assim te atirei por terra
e fiz de ti um espetáculo à vista dos reis...” (28, 12- 19)

Eis qual é, nas alturas celestes, a origem da inflação, do complexo de superioridade e da megalomania espiritual. E visto que ‘o que está em baixo é como o que está em cima’, isso se repete em baixo, na vida humana terrestre, de século em século, de geração em geração; Isso se repete principalmente na vida das pessoas humanas que se afastam do meio comum terrestre e do estado de consciência que ele comporta e que as transcende, seja no sentido da altura, seja no da largura, seja no da profundeza. Aquele que aspira a um plano mais alto que o do meio terrestre pode tornar-se altivo; aquele que procura a largura além dos limites do círculo normal de seus deveres e de suas alegrias terrenas corre o risco de considerar-se cada vez mais importante; aquele que quer a profundeza subjacente à superfície dos fenômenos da vida terrena corre o risco maior: o da inflação da qual fala C. G. Jung.
O metafísico abstrato que arranha os mundos na ordem escolhida por ele pode perder todo interesse pelo particular e pelo individual e chegar a considerar as pessoas humanas quase tão insignificantes como insetos. Ele as vê de cima para baixo. Vistas de sua altura metafísica, elas perdem suas proporções e se tornam pequena até a insignificância – ao passo que ele, o metafísico, é grande porque participa das grandes coisas da metafísica.O reformador que quer corrigir ou salvar a humanidade sucumbe facilmente à tentação de considerar-se o centro ativo do círculo passivo da humanidade. Considerando-se portador da missão de alcance universal, ele se sente cada vez mais importante.

O ocultista, o esoterista ou hermetista prático (se ele não for praticante, será apenas metafísico ou reformador) experimenta as forças superiores que agem além da consciência e que penetram nele. A qual preço? – Ao preço da adoração de joelhos – ou ao preço da identidade de si mesmo com elas, o que leva à megalomania...(...) Não, nem a magia negra, nem as desordens nervosas constituem os perigos especiais do ocultismo. O seu perigo principal – que aliás, não é monopólio- se define em três termos: complexo de superioridade, inflação, megalomania.Com efeito, é raro o ocultista experimentado isento desse mal moral ou que não o tenha sofrido no passado. A tendência megalomaníaca manifesta-se um pouco por toda parte entre os ocultistas. É o que a leitura da literatura ocultista e dezenas de anos de relações pessoais me ensinaram. Esse defeito moral tem muitos graus. Ele se manifesta, em primeiro lugar, por certo desembaraço e certa sem-cerimônia no modo de falar das coisas superiores e sagradas. Em seguida ele se afirma como ‘saber mais’ e ‘saber tudo’, isto é, como um modo de tomar a atitude de mestre de todo mundo. Por fim, ele se manifesta como infabilidade implícita ou mesmo explícita.

Não desejo citar passagens da literatura oculta, com nomes, nem mencionar fatos biográficos de ocultistas conhecidos, a fim de provar ou ilustrar esse diagnóstico. Não te será fácil, caro Amigo Desconhecido, encontrá-los por ti mesmo em abundância. A minha intenção aqui é rejeitar as falsas acusações levantadas contra o ocultismo e mostrar o verdadeiro perigo que ele comporta.A antiga sentença ORA ET LABORA contem a única resposta. A ADORAÇÃO e o TRABALHO constituem o único remédio que conheço, tanto profilático quanto curativo contras as ilusões megalomaníacas. Devemos adorar o que está acima de nós e participar do esforço humano no domínio dos fatos objetivos, para podermos escapar das ilusões a respeito do que SOMOS e do que PODEMOS.
Porque quem sabe elevar sua prece e sua meditação ao nível da adoração pura estará sempre consciente da DISTÂNCIA que separa (e une ao mesmo tempo) o adorador do adorado. Assim ele não será tentado a adorar a si mesmo, o que, em última análise, é a raiz da megalomania. Ele terá sempre em vista a diferença entre si e o adorado. E não confundirá O QUE ELE É com o que é o SER ADORADO. Por outro lado, aquele que TRABALHA, isto é, toma parte no esforço humano para a obtenção de resultados objetivos e verificáveis, não se iludirá facilmente a respeito do QUE PODE. Por exemplo, um médico inclinado a superestimar seu poder de curar aprenderá logo, com experiência dos malogros, a conhecer seus reais limites.Jacob Boehme era sapateiro e iluminado. Se ele teve a experiência da iluminação...não concluiu que, enquanto sapateiro, pudesse mais, daí por diante, do que seus colegas de profissão ou mais do que ele mesmo podia antes da iluminação. Por outro lado, a sua iluminação lhe ensinou a grande de Deus e do mundo...e o encheu de ADORAÇÃO...

Foram, pois, o TRABALHO PROFISSIONAL E A ADORAÇÃO DE DEUS que protegeram a saúde moral de Jacob Boehme. A minha experiência no domínio do esoterismo me ensinou que o que foi salutar no caso de Boehme o é também para todos aqueles que aspiram às experiências supersensoriais.A adoração e o trabalho-ORA ET LABORA- constituem, pois, a condição SINE QUA NON do esoterismo prático para manter sob controle a tendência para a megalomania. Todavia, para se obter a IMUNIDADE contra essa enfermidade é preciso mais ainda. É preciso ter a experiência do ‘encontro concreto’ com algum ser superior. Por ‘encontro concreto’ entendo não o sentimento do ‘si mesmo superior’, nem o sentimento mais ou menos vago da ‘presença de um ser superior’, nem mesmo a experiência da ‘onda de inspiração’ que nos enche de vida e luz – não, o que entendo por ‘encontro concreto’ é um encontro verdadeiro e verdadeiramente concreto, isto é, face a face.

Ele pode ser espiritual – o face a face na visão- ou fisicamente concreto. Assim santa Teresa de Ávila (para citarmos só um exemplo) encontrava o Mestre, conversava com ele, pedia e recebia dele conselhos e instruções no plano espiritual objetivo (sim, a espiritualidade não é exclusivamente subjetiva, ela pode ser também objetiva). Assim ainda Papus e o grupo de seus amigos ocultistas encontrou Monsieur Philippe de Lião no plano físico. São dois exemplos do que entendo por encontro concreto.Ora, aquele que teve a experiência do encontro concreto com um ser superior (um justo, um santo, um anjo ou outro ser hierárquico, a Santíssima Virgem, o Mestre...) torna-se imunizado contra a tendência para a megalomania. A experiência desse face a face com o que é Grande comporta necessariamente a cura completa e a imunidade contra toda tendência megalomaníaca. Jamais um ser humano QUE VIU E OUVIU poderá fazer de si mesmo um ídolo. Mais ainda: o verdadeiro e último critério da realidade das experiências ditas ‘visionárias’, isto é, o critério de sua autenticidade ou de sua falsidade, é o EFEITO moral dessas experiências no vidente, a saber, se ele se torna mais humilde ou mais pretensioso. A experiência dos encontros com o Mestre tornou santa Teresa cada vez mais humilde. A experiência terrestre do encontro com Monsieur Philippe tornou Papus e seus amigos ocultistas mais humildes. Essas duas experiências – por mais diferentes que fossem quanto ao sujeito e ao seu objeto- eram autênticas. Papus não se enganou sobre a grande espiritual daquele que ele reconheceu como seu “mestre espiritual”. Santa Teresa não se enganou sobre a realidade do Mestre que ela viu e ouviu.Lê a Bíblia, caro Amigo Desconhecido, e encontrarás muitos outros exemplos da seguinte lei: A EXPERIÊNCIA AUTÊNTICA DO DIVINO TORNA HUMILDES; AQUELE QUE NÃO É HUMILDE NÃO TEVE EXPERIÊNCIA AUTÊNTICA DO DIVINO. Considera os apóstolos, que “viram e ouviram” o Mestre, e os profetas, que “viram e ouviram” o Santo de Israel –
não encontrarás neles nenhum sinal das tendências da ‘hybris’ ...Mas, se é necessário “ver e ouvir” para se aprender a fundo a lição de humildade, que dizer das pessoas que são “naturalmente” humildes, mas não “viram nem ouviram”?Sem prejuízo de outras respostas, também válidas, a minha é que todos os que são humildes VIRAM E OUVIRAM outrora e em algum lugar – pouco importando se se lembram disso ou não. A humildade pode ser a reminiscência real (não intelectual) que a alma tem da experiência noturna sucedida durante o sono e permanecendo no domínio do inconsciente, ou, enfim, o efeito da experiência presente, consciente ou inconsciente, não confessada a si mesmo nem aos outros. Porque a humildade – como a caridade- não é qualidade natural da natureza humana. Sua origem não pode ser encontrada no domínio da evolução NATURAL; não é possível concebê-la como fruto da luta pela existência, como fruto da seleção natural e da sobrevivência do mais forte com sacrifício do mais fraco. Porque a escola da luta pela existência não produz humildes, mas lutadores e guerreiros de toda espécie. Ela é, portanto, uma qualidade que deve provir da ação da GRAÇA; ela deve provir do alto. Ora, os “encontros concretos face a face” dos quais falamos aqui são sempre e sem exceção acontecimentos devidos à Graça, uma vez que são ENCONTROS nos quais o ser superior se aproxima, por vontade própria, do ser inferior. O encontro que transformou o fariseu Saulo no apóstolo Paulo não foi devido aos seus esforços, e sim ato daquele que ele encontrou. O mesmo vale para todos os encontros “face a face” com seres superiores. O que compete a nós é “procurar”, “bater” e “pedir”; o ato decisivo vem do alto.

Meditações sobre os 22 arcanos maiores do Tarô, publicado anonimamente no original e na tradução acima (mas hoje em dia é amplamente divulgada a autoria deste livro como de Valentim Tomberg, não havendo mais necessidade de manter o anonimato). Paulus: São Paulo, 2005, pp. 164-175